OMS diz que crise climática é ameaça urgente para grávidas e crianças
Entidade destaca que eventos extremos estão relacionados a proliferação de doenças e que impactos para mães e população infantil são negligenciados
O mundo tem aprendido da pior forma sobre os impactos das mudanças climáticas com suas ondas de calor, chuvas torrenciais, enchentes, deslizamentos e proliferação de doenças. Nesta terça-feira, 21, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alerta sobre o que chamou de catástrofe climática e afirmou que a crise merece atenção por ser uma “ameaça urgente” para gestantes, bebês e crianças.
O documento é um chamado à ação às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP28, que discutirá o tema no final deste mês em Dubai. Intitulado “Proteger a saúde materna, neonatal e infantil dos impactos das alterações climáticas”, o texto destaca que essas populações têm sofrido com os efeitos das mudanças climáticas, mas que esses impactos são negligenciados e subnotificados.
Segundo a OMS, os planos para dar respostas aos desastres ligados ao clima deixam a desejar porque não fornecem soluções adequadas às necessidades de mães e crianças.
“O futuro das crianças precisa de ser protegido de forma consciente, o que significa tomar medidas climáticas agora para o bem da saúde e sobrevivência, assegurando ao mesmo tempo que as necessidades únicas (dessas populações) são reconhecidas na resposta climática”, disse, em nota, Bruce Aylward, diretor-geral adjunto para a Cobertura Universal de Saúde e Curso de Vida da OMS.
O desastre climático faz com que populações precisem se deslocar após inundações ou incêndios que acabam com áreas de plantação ou matam animais de criação, como o gado. Isso leva a uma reação em cadeia que favorece a disseminação de doenças infectocontagiosas, especialmente perigosas para aqueles que têm a saúde mais frágil, como gestantes e crianças.
Uma estimativa do Banco Mundial aponta que, até 2050, 1,2 milhão de pessoas terão de se deslocar por alterações climáticas. A OMS calcula que mais de 250 mil pessoas morrem por ano por causa de eventos extremos, como fenômenos meteorológicos, poluição atmosférica e episódios que afetam a água e a segurança alimentar.
Segundo a entidade, as catástrofes e o aumento da poluição podem causar complicações ainda na gravidez por terem relação com parto prematuro, baixo peso do bebê ao nascer e morte do feto. E as consequências não param.
“As ações relativas às alterações climáticas ignoram frequentemente que os corpos e as mentes das crianças são singularmente vulneráveis à poluição, às doenças mortais e às condições meteorológicas extremas”, afirmou, também em nota, Omar Abdi, diretor-executivo adjunto para Programas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A OMS informou que, durante a COP28, os delegados vão assinar o primeiro “Dia da Saúde” do evento como forma de destacar a conexão indissociável entre a saúde e o clima do planeta.
O motivo da separação de Ivete Sangalo e Daniel Cady
Tropas russas na Venezuela: um complicador para os EUA – e o Brasil
‘Me arrependo de gritar mito’, diz deputado pastor que abandonou bolsonarismo
MPF denuncia caminhoneiros que bloquearam principal rodovia do país para pedir golpe
Regina Duarte derruba audiência da Globo com reprise de ‘Rainha da Sucata’







