O que as grávidas devem comer para evitar pré-eclâmpsia
Pesquisadores apontaram que mulheres com diabetes e obesidade antes da gestação eram duas vezes mais propensas a desenvolver a condição
A dieta mediterrânea, aquela com base em grãos integrais, vegetais, legumes, azeite e peixes, ganhou mais um motivo para ser adotada, desta vez por gestantes. Um estudo publicado nesta quarta-feira, 20, no Journal of the American Heart Association e revisado por pares, mostrou que ela está associada ao risco reduzido de desenvolver pré-eclâmpsia, pressão alta durante a gravidez que pode levar a mulher e o feto à morte. O tipo de alimentação é reconhecido por diminuir o risco de doenças cardiovasculares em adultos.
No estudo, foram utilizados dados de 8.500 mulheres recrutadas no Boston Medical Center entre 1998 e 2016. A unidade atende principalmente a população de baixa renda e racial e etnicamente sub-representada. Segundo os pesquisadores, quase metade das participantes eram negras (47%), dado importante, tendo em vista que as mulheres negras têm mais risco de desenvolver a condição.
Segundo a pesquisa, o risco de pré-eclâmpsia foi 20% menor entre as gestantes que aderiram à dieta mediterrânea. Mas os pesquisadores constataram que aquelas que tinham diabetes e obesidade antes da gravidez eram duas vezes mais propensas a desenvolver a condição. No caso das mulheres negras, as que não seguiam a dieta tinham um risco 28% maior de apresentar o problema.
A condição é grave por elevar casos de partos prematuros, antes da 37ª semana de gestação, causar danos no fígado ou nos rins da grávida e complicações no feto, como baixo peso e propensão a desenvolver doenças cardiovasculares. Para a mãe, ter o episódio aumenta o risco de pressão alta, ataque cardíaco, derrame ou insuficiência cardíaca em mais de duas vezes.
“Ficamos surpresos que as mulheres que comiam com mais frequência alimentos na dieta de estilo mediterrâneo eram significativamente menos propensas a desenvolver pré-eclâmpsia, com as mulheres negras experimentando a maior redução no risco”, disse, em comunicado, Anum S. Minhas, chefe de cardiologia e cardio-obstetrícia e bolsista de imagem avançada na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.