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O que a musculação e a aeróbica têm a ver com a morte precoce?

Risco diminui em 41% se essas atividades físicas forem combinadas. Também podem ter um efeito maior quando se trata da prevenção de doenças

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 set 2022, 21h51 - Publicado em 29 set 2022, 17h29

Um estudo publicado nesta terça-feira 27, no British Journal of Sports Medicine, apontou que pessoas que praticam exercícios físicos como musculação e atividades aeróbicas apresentam um risco menor de 41% de morte precoce.

A equipe de pesquisa baseou suas descobertas em autorelatos e informações de saúde de quase 100.000 homens e mulheres que participaram do Teste de Triagem de Câncer de Próstata, Pulmão, Colorretal e Ovário, iniciado em 1998. Em 2006, esses voluntários responderam a questionários sobre seus hábitos ao longo do ano anterior, e em 2016, os pesquisadores verificaram se essas pessoas desenvolveram câncer ou morreram.

De acordo com o levantamento, os idosos que fizeram musculação sem qualquer atividade aeróbica reduziram o risco de morte precoce por qualquer causa em até 22%, porcentagem que dependia do número de vezes que praticavam em uma semana. A prática do exercício foi associado a um risco 14% menor.

Aqueles que fizeram exercícios aeróbicos reduziram seu risco em até 34%, em comparação com os participantes que não fizeram nenhum treinamento com pesos ou exercícios aeróbicos. Mas o risco mais baixo – 41% a 47% – estava entre aqueles que atingiram as quantidades semanais recomendadas de atividade aeróbica e musculação uma ou duas vezes por semana, em comparação com aqueles que não eram ativos. Os autores não encontraram um risco menor de morte por câncer.

Entre os indicadores analisados, educação, tabagismo, índice de massa corporal, raça e etnia não impactaram nos resultados. Já o sexo, sim: as associações foram mais significativas entre as mulheres. “As descobertas deste estudo são previsíveis, mas é importante que os autores forneçam os resultados esperados como os dados de pessoas mais velhas”, disse Haruki Momma, professor do departamento de medicina e ciência em esportes e exercícios da Universidade de Tohoku, no Japão.

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Segundo os pesquisadores, as descobertas apoiam os benefícios conjuntos dos exercícios de fortalecimento muscular por meio do treinamento com pesos junto com a atividade aeróbica, em quantidades que se alinham às atuais diretrizes de atividade física.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que idosos (com 65 anos ou mais) façam pelo menos 150 a 300 minutos de exercícios de intensidade moderada ou 75 a 150 minutos de exercícios aeróbicos por semana, que incluem caminhar, dançar, correr ou caminhar, andar de bicicleta e nadar.

Exercícios de fortalecimento muscular devem ser feitos pelo menos duas vezes por semana, se possível, de acordo com as diretrizes. Isso pode ajudar a prevenir quedas e lesões, bem como declínios na saúde e na capacidade óssea. Já a musculação deve ser feita por 30 a 60 minutos incluindo levantamento de pesos e supino com halteres que envolvam o uso dos músculos das costas e dos ombros.

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A força e o risco de morte

Durante o estudo, os autores não tinham informações sobre o treinamento específico com pesos ou exercícios aeróbicos que os participantes realizavam. “Não havia informações sobre intensidade, carga e volume de treinamento, que inclui séries e  repetições”, disse Momma. “Por isso, a prescrição ideal de exercícios regulares de fortalecimento muscular para prevenir a mortalidade permanece incerta. Mas pesquisas assim são propensas a essa limitação”.

Os pesquisadores, no entanto, tiveram algumas ideias sobre como qualquer exercício pode ajudar na prevenção de doenças ou morte precoce. Segundo eles, o treinamento com pesos, por exemplo, pode melhorar a composição corporal ou a massa muscular magra, que já é associado a uma maior proteção contra a morte precoce por qualquer causa e doenças cardiovasculares.

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“Ter mais massa magra e menos gordura corporal pode ajudar no equilíbrio, na postura e na regulação dos níveis de colesterol”, disse Nieca Goldberg, diretora médica do Atria New York City e professora de medicina da Grossman School of Medicine da Universidade de Nova York. “Sabemos que indivíduos com obesidade têm maior risco de doenças cardiovasculares, intolerância à glicose e alguns tipos de câncer, então melhorar esse perfil de saúde é benéfico. As pessoas que participam de atividades regulares também podem ter uma perspectiva mais saudável e estilos de vida saudáveis”.

Momma completa: “Alguma atividade física é melhor do que nenhuma. Como os níveis de condicionamento físico e as condições crônicas entre os idosos variam de acordo com o indivíduo, o melhor é ser tão fisicamente ativo quanto suas habilidades e condições permitirem”.

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