Nova subvariante da ômicron é detectada pela primeira vez no Brasil
Amostra da sublinhagem mais transmissível do novo coronavírus foi coletada em uma paciente de 54 anos de Indaiatuba (SP)
O primeiro caso da subvariante da ômicron XBB.1.5 no Brasil foi identificado em uma mulher de 54 anos moradora de Indaiatuba, no interior de São Paulo. A sublinhagem, também chamada de “Kraken” e considerada a mais transmissível até o momento, foi identificada em uma amostra coletada em 9 de novembro do ano passado, que foi sequenciada pela Rede de Saúde Integrada Dasa.
Segundo a Dasa, o resultado do sequenciamento, que apontou a presença da nova subvariante, foi integrado à plataforma Gisaid nesta quinta-feira, 5. A plataforma é uma iniciativa científica global que fornece dados genômicos dos vírus influenza e do novo coronavírus. A Vigilância Sanitária do estado de São Paulo também foi notificada.
A rede de saúde informou que a identificação ocorreu apenas neste mês “devido ao tempo necessário para o sequenciamento das mais de 1.300 amostras selecionadas naquele mês (novembro de 2022).
Mais transmissível
Nesta semana, a epidemiologista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, anunciou que a subvariante da ômicron XBB.1.5 é a versão mais transmissível da Covid-19 identificada até agora. A linhagem já foi detectada em 29 países e especialistas aconselham o público a se manter informado, mas não alarmado, enquanto trabalham para aprender mais sobre a cepa do coronavírus.
“Estamos preocupados com a sua vantagem de crescimento, em particular em países europeus e nos Estados Unidos”, disse ela em entrevista coletiva na tarde da quarta-feira, 4. Durante o mês de dezembro, a porcentagem de novas infecções por Covid-19 em território americano causadas pela XBB.1.5 aumentou de 4% para 41%.
A alta transmissibilidade da subvariante é resultado do acúmulo de mutações, principalmente na proteína S, usada pelo coronavírus para invadir as células humanas. Ela também consegue driblar a imunidade conferida pelas vacinas ou infecção prévia. Entretanto, não se sabe ainda a gravidade dessa sublinhagem.