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Nova campanha alerta para complicação do diabetes que leva à cegueira

Retinopatia diabética afeta 4 milhões de brasileiros. Campanha também cobra autoridades sobre filas para consultas e exames com oftalmologista

Por Diogo Sponchiato
Atualizado em 3 abr 2023, 12h30 - Publicado em 3 abr 2023, 12h21
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  • A Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade, entidade que representa associações em defesa dos pacientes com essas condições, acaba de lançar a campanha A Retinopatia É Grave e Pode Cegar. A iniciativa tem dois objetivos: conscientizar a população brasileira sobre a prevenção e o diagnóstico precoce dessa complicação do diabetes e chamar a atenção dos governos e autoridades para a fila de espera por consultas e exames com oftalmologista. Em alguns municípios, ela chega a oito meses na rede pública.

    A retinopatia é causada por lesões nas pequenas artérias que irrigam a retina, danificando esse tecido no fundo do olho que capta as imagens que serão lidas e interpretadas pelo cérebro. O descontrole na glicemia, que leva ao aumento nos níveis de açúcar no sangue, é um dos responsáveis pelo problema. Estima-se que 4 milhões de brasileiros sofram com essa complicação ocular e 150 mil sejam diagnosticados ano a ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Vanessa Pirolo, coordenadora da coalizão responsável pela nova campanha, destaca que a retinopatia diabética é a principal causa de cegueira entre pessoas com diabetes. Mas pode ser evitada ou contida com diagnóstico precoce.

    Para isso, é essencial que as pessoas com a doença façam acompanhamento médico e cuidem da glicemia mas também passem em consultas periódicas com o oftalmologista.

    “O desafio hoje é que não só muitas vezes os pacientes não são orientados a procurar o oftalmologista, mas existe uma longa fila de espera para conseguir fazer a consulta e os exames, especialmente no SUS”, contextualiza Vanessa.

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    Resultado: a complicação é detectada com frequência tardiamente. “Temos recebido várias pessoas em estágio bem avançado da doença, quando não conseguimos reverter a perda de visão com qualquer tratamento disponível no SUS”, relatou o oftalmologista Arnaldo Bordon, presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, no comunicado de lançamento da campanha.

    + LEIA TAMBÉM: Diabetes pode aumentar risco de demência

    O especialista recomenda que pacientes com diabetes visitem o oftalmo uma vez ao ano, justamente para atuar de forma preventiva e contra-atacar a retinopatia a tempo de preservar a vista. Em outras palavras, não se deve aguardar o aparecimento de sintomas, inclusive porque o diabetes pode persistir anos sem dar qualquer tipo de manifestação mais séria.

    “Precisamos sensibilizar o governo e a sociedade para essa causa”, diz Vanessa, apoiada no cálculo de que oito em cada dez casos de cegueira no Brasil poderiam ser evitados com diagnóstico e tratamento médico.

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    Quanto mais cedo se descobrem as lesões na retina, mais fácil fica administrar o tratamento e conter a piora na visão. Quando nada é feito, e a glicemia permanece fora de controle, a doença evolui gradualmente, gerando vista embaçada, aparecimento de pontos escuros no campo de visão até déficits visuais severos.

    A campanha da Vozes do Advocacy, entidade formada por 22 associações de pacientes e dois institutos voltados ao diabetes, publicou um vídeo de esclarecimento e engajamento em cima do tema e espera ver o aumento no número de brasileiros com diabetes tendo acesso mais célere ao oftalmologista.

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