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Nobel de Medicina premia cientistas dos EUA e Reino Unido

Trio desenvolve pesquisas sobre a adaptação das células ao oxigênio que pode ajudar a tratar anemia e câncer

Por Da Redação
7 out 2019, 09h39

O Prêmio Nobel de Medicina de 2019 foi concedido aos cientistas americanos William G. Kaelin Jr. e Gregg L. Semenza, e ao britânico Sir Peter J. Ratcliffe “pelas suas descobertas de como as células sentem e se adaptam à disponibilidade de oxigênio”. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 7, em Estocolmo, na Suécia.

“As produtivas descobertas dos ganhadores do Nobel deste ano revelaram o mecanismo para um dos processos adaptativos mais essenciais da vida”, disse a Assembleia do Nobel do Instituto Karolinska, em um comunicado ao conceder o prêmio de 9 milhões de coroas suecas (3,7 milhões de reais).

A pesquisa dos cientistas estabeleceu a base para compreender como os níveis de oxigênio afetam o metabolismo celular e as funções fisiológicas, informou o instituto.

“A detecção de oxigênio é central para um grande número de doenças”, acrescentou. “Os intensos esforços contínuos em laboratórios acadêmicos e empresas farmacêuticas estão agora focados no desenvolvimento de medicamentos que podem interferir em diferentes estágios de doenças, ativando ou bloqueando o mecanismo de detecção de oxigênio”.

A importância fundamental do oxigênio foi estudada durante séculos, mas durante muito tempo se desconhecia como as células se adaptam às mudanças nos níveis de oxigênio. Os premiados desta segunda-feira revelaram os mecanismos moleculares deste processo.

As pesquisas sobre como o oxigênio é sentido pelas células permitiram novas estratégias de tratamento contra a anemia e câncer. ​

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Os cientistas

William G. Kaelin Jr., de 61 anos e natural de Nova York, é especialista em medicina interna e oncologia. Professor na Universidade de Harvard, se dedicou à pesquisa dos genes supressores nos tumores e nas funções normais das proteínas.

Seus estudos foram aplicados à investigação de novos tratamentos no âmbito da oncologia, especialmente do câncer de rim e no desenvolvimento dessa doença por causas não genéticas ou hereditárias.

Gregg L. Semenza, também nova-iorquino, de 63 anos, é professor da Universidade Johns Hopkins e atua com pediatria, oncologia radioterápica, ciências da radiação molecular, química biológica, medicina e oncologia.

É considerado um grande pesquisador dos mecanismos moleculares da regulação do oxigênio, com destaque para a sua descoberta inovadora da proteína HIF-1 (fator induzido por hipoxia-1), que controla os genes em resposta às mudanças na disponibilidade de oxigênio.

Peter J. Ratcliffe de 65 anos e nascido em Lancashire, é professor na Universidade de Oxford e conseguiu estabelecer que tanto nas células humanas como na do resto dos animais existe um sistema que mede e canaliza o fornecimento de oxigênio.

O britânico concilia o trabalho científico com o exercício da medicina clínica, assim se mantendo ativo em ambas as competências, a pesquisa e a prática.

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O Nobel

Medicina é a primeira categoria do Nobel a ser anunciada a cada ano. Contribuições para a ciência, a paz e a literatura são reconhecidas desde 1901 pelo prêmio Nobel, instituído pelo testamento do cientista e empresário sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite.

Os ganhadores do Nobel de Medicina incluem nomes como Alexander Fleming, descobridor da penicilina, e Karl Landsteiner, que identificou diferentes tipos sanguíneos, o que permitiu que a segurança nas transfusões de sangue se perpetuasse.

No ano passado, o americano James Allison e o japonês Tasuku Honjo dividiram o prêmio por suas descobertas sobre como fortalecer o sistema imunológico durante tratamentos contra o câncer.

(Com Reuters e EFE)

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