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Musculação pode ajudar na redução da gordura no fígado

Testes realizados em camundongos mostram que a redução de gordura no fígado pode chegar a 30% em 15 dias

Por Redação
26 abr 2019, 16h37

Praticar treinos moderados de força durante 15 dias pode diminuir o acúmulo de gordura no fígado, afirma estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Endocrinology. A pesquisa, realizada em camundongos, revelou que mesmo para indivíduos obesos a redução de gordura no fígado pode chegar a 30%. A atividade ainda melhora o controle da glicose já que mantém glicemia em jejum em valores normais.

“Todo mundo tem um pouco de gordura no fígado. Mas quando há um acúmulo e ele não é tratado, o quadro pode evoluir para uma inflamação, a esteato-hepatite. Se continuar não tratando, pode até se desenvolver para uma cirrose e, em casos mais extremos, carcinomas (tumores malignos)”, explicou Leandro Pereira de Moura, coordenador da pesquisa, à BBC News Brasil.

A descoberta envolveu pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas e da Universidade de São Paulo (USP) em parceira com a Universidade de Harvard e Faculdade de Farmácia e Ciências da Saúde de Massachusetts, ambas nos Estados Unidos.

O estudo

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores dividiram os camundongos em três grupos: o de controle, que recebeu uma ração padrão e não realizou exercícios; um grupo de dieta hiperlipídica (35% de gordura) que também não se exercitou; e o último grupo foi submetido a dieta hiperlipídica, seguida por uma rotina de exercícios de força durante 15 dias, após terem se tornado obesos e diabéticos. 

Ao final do acompanhamento, os animais que tinham que praticar exercícios permaneciam obesos, mas apresentaram redução de 25% a 30% na gordura do fígado e mostraram valores normais de glicemia em jejum (indicador de não diabetes). Já os camundongos sedentários continuaram diabéticos. 

Segundo a equipe, esses resultados estão associados à atuação de certas proteínas presentes no corpo. “Está sendo bastante investigado o papel das chamadas ‘exercinas’, proteínas liberadas para o sangue durante o exercício físico. Quando liberadas para o organismo, elas atuam em diferentes órgãos: cérebro, fígado, pulmão…”, comentou Moura, à BBC News Brasil, que fez pós-doutorado pela Unicamp em parceria com a Escola de Saúde Pública de Harvard.

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Trabalhos anteriores já haviam comprovado que a prática de exercícios aeróbicos – modalidade diferente da musculação – ajudam na eliminação de gordura em todo o organismo. Com os novos achados, os cientistas pretendem realizar testes em humanos para compreender melhor os mecanismos envolvidos nos benefícios do exercício muscular no organismo.

Obesidade e diabetes

Além da gordura aparente, o nosso organismo pode acumulá-la em outras partes do corpo, inclusive nos órgãos. Um dos que mais sofre com a presença anormal de gordura é o fígado – que também é afetado pelo consumo excessivo de álcool e alimentos pesados. Se a quantidade de gordura armazenada no órgão não for reduzida, o indivíduo pode desenvolver quadros mais graves, como doença hepática gordurosa não alcoólica, cirrose e tumores malignos.

O fígado ainda pode sofrer com a obesidade e o diabetes tipo 2 – geralmente causada pela obesidade e pelo sedentarismo. Aliás, essas condições representam alguns dos riscos de saúde mais graves e crescentes da população global.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, 13% dos adultos estavam obesos e 8,5% tinham diabetes (tipo 1 e tipo 2) em 2014. A relação entre a duas doenças é mais preocupante do que muitas pessoas imaginam: estudos apontam que pessoas obesas estão 80 vezes mais propensas a desenvolver a diabetes tipo 2. Já a obesidade é responsável por 80% a 85% do risco de desenvolver a diabetes, de acordo com o canal especializado Diabetes.co.uk.

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Fígado e diabetes

O vínculo entre a gordura no fígado e a obesidade parece claro, mas o link entre o problema e a diabetes é menos aparente. O fígado é um dos principais responsáveis pela gestão de açúcar no corpo, estando envolvido no estoque de glicose. O pâncreas é o órgão que produz a insulina, mas ela age de diferentes formas no organismo. No caso do fígado, seu trabalho é liberar e parar a produção de glicose.

“Quando a gordura se torna tóxica para o fígado, o órgão deixa de responder de forma adequada à insulina. Então, indivíduos obesos e diabéticos apresentam um quadro de resistência à insulina. Significa que eles têm o hormônio, mas o organismo não responde bem”, explicou Moura, à BBC News Brasil. Portanto, diminuir o nível de gordura no fígado é extremamente importante para pacientes obesos e diabéticos.

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Ainda que os resultados tenham sido feitas apenas em camundongos, vale a pena se exercitar já que o gesto pode trazer inúmeros benefícios à saúde.

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