O número de mortes causadas pela hepatite de origem desconhecida em crianças subiu de nove para 18, segundo a atualização da Organização Mundial da Saúde (OMS) com dados até 22 de junho. O número de casos passou de 650, até 26 de maio, para 920 neste último levantamento. De acordo com a entidade, 33 países registraram a doença misteriosa.
Segundo a OMS, dos 920 casos prováveis da doença, 45 precisaram realizar transplante de fígado, o que corresponde a 5% das crianças afetadas pela hepatite fulminante. Dos 422 episódios com informações sobre idade e sexo, 48% são meninos e 78% têm menos de 6 anos.
Como a causa da doença continua desconhecida e pela possibilidade de subnotificação dos episódios, a OMS classifica o risco global da doença como moderado.
A suspeita principal suspeita é de que os casos têm relação com o subtipo 41 do adenovírus, que causa gastroenterite (inflamação gastrointestinal), mas as investigações sobre a ligação desta infecção com a Covid-19 foram intensificadas. Segundo a OMS, não há relação entre a doença e a vacinação contra a Covid-19, porque a maioria dos pacientes não tinha recebido a imunização.
Os primeiros registros da hepatite fulminante em crianças foram feitos em países europeus e se concentravam principalmente no Reino Unido. No Brasil, até o último dia 13, dois casos prováveis da doença tinham sido identificados no Rio de Janeiro e no Mato Grosso do Sul.
A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado e, na maioria dos episódios, é causada por vírus, mas pode ter relação com o uso de substâncias tóxicas, incluindo medicamentos, consumo de álcool, doenças hereditárias e distúrbios autoimunes. Os principais sintomas são icterícia (cor amarelada na pele ou nos olhos), diarreia, dor abdominal e vômito. Nas crianças afetadas, testes laboratoriais descartaram os tipos A, B, C, E e D (quando aplicável).