Uma mulher de 25 anos precisou remover os ovários, o útero e os dedos dos pés depois que seu Dispositivo Intra-uterino (DIU) forçou passagem até o estômago e migrou para o fígado. De acordo com o Fox News, o dispositivo foi oferecido a Tanai Smith como alternativa para controle de natalidade apenas seis semanas após o nascimento de sua filha, em 2014.
Segundo ela, em outubro de 2017, durante um check-up anual, seu ginecologista não conseguiu encontrar o DIU no útero durante o exame de ultrassom, realizado duas vezes para confirmar o desaparecimento.
Algumas semanas depois, Tanai começou a sentir dores fortes no estômago, que a obrigou a procurar o hospital. “Um dia, no começo de novembro, eu estava no trabalho e comecei a ter uma dor aguda no lado inferior direito do meu estômago, e a primeira coisa que surgiu na minha cabeça foi ‘é o DIU?'”, relatou ela em um post em sua página do GoFundMe.
Um exame de raio-X mostrou que o dispositivo tinha ido parar em seu estômago.
Cirurgia de remoção
Ao receber a notícia, Tanai procurou imediatamente o ginecologista para tentar resolver o problema. “Fui e conversei com meu ginecologista, contei tudo o que estava acontecendo e até mostrei a foto de raio-x que eles me permitiram. Então ele disse que eu teria que fazer uma cirurgia”, contou.
O procedimento, realizado em 13 de dezembro do ano passado, a princípio deveria ter sido simples: apenas um corte embaixo do umbigo para a passagem do telescópio médico. No entanto, quando os médicos perceberam que o DIU havia quebrado em pequenas partes e viajado para o fígado, foi preciso fazer uma intervenção cirúrgica mais complicada.
Apesar disso, Tanai recebeu alta, embora tenha retornado ao hospital na mesma noite. ”Eu estava sangrando internamente. Depois da cirurgia, minha mãe foi informada de que, quando eles me abriram, meus ovários estavam pretos e foi necessário fazer uma histerectomia (remoção de útero e ovários). Após a cirurgia, entrei em choque séptico, fazendo com que eu ficasse na UTI por algumas semanas”, disse.
Os médicos que realizaram a cirurgia de remoção do DIU informaram que a cicatrização do parto – ainda recente no momento do implante – pode ter empurrado o dispositivo. Outra hipótese levantada foi a de que, durante os ciclos menstruais, a contração muscular do útero teria impelido o DIU a subir.
Perda dos dedos
Mesmo depois da histerectomia, a americana não mostrou quaisquer sinais de melhora e seus órgãos começaram a falhar, sendo necessário colocá-la no respirador (ou ventilador mecânico), equipamento médico responsável por executar as funções do pulmão quando estes não são capazes de trabalhar sozinhos. Durante o período de internação, Tanai permaneceu longe da filha, pois não queria que o respirador a assustasse.
Aos poucos, ela passou também a perder a sensação das mãos e dos pés. Na terceira semana no hospital, ela voltou a sentir as mãos, mas os dedos dos pés começaram a necrosar pela falta de circulação na área. “Em 2 de fevereiro, quase dois meses depois da minha primeira cirurgia, eu finalmente recebi alta com um prognóstico que pairou sobre mim por meses: quando me sentisse pronta, eu precisava voltar para a remoção de todos os dedos do pé esquerdo e as pontas dos meus dedos do pé direito”, comentou.
Os dedos foram removidos no início de maio. Por causa disso, Taina não pode mais retornar à escola nem aos empregos de meio período que tinha.