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Ministério da Saúde registra caso de microcefalia relacionado com febre oropouche

Bebê nascido no Acre tinha malformações articulares e morreu na semana passada com apenas 47 dias de vida; material genético do vírus foi detectado em criança

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 ago 2024, 20h20
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  • Após confirmar o primeiro episódio de morte fetal por transmissão do vírus oropouche da mãe para o bebê, o Ministério da Saúde informou na noite desta quinta-feira, 8, que registrou o caso de um bebê que nasceu com microcefalia e anomalias congênitas relacionadas à infecção no Acre. A mãe da criança, uma mulher de 33 anos, apresentou sintomas da febre oropouche no segundo mês de gestação e, após o parto, testou positivo para o vírus. O bebê, que tinha malformações articulares, morreu na semana passada com apenas 47 dias de vida. O ministério ainda estuda a possível correlação entre a transmissão vertical e as condições apresentadas pelos bebês.

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    O vírus tem avançado no país e, desde o mês passado, tem movimentado a comunidade científica, o Ministério da Saúde e entidades internacionais, como a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), diante de investigações sobre a relação entre o vírus e anomalias congênitas, mortes fetais e abortos espontâneos. Ainda em julho, foram registradas as primeiras duas mortes pela infecção na literatura médica — as vítimas eram mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades –. Outra morte continua sendo investigada em Santa Catarina.

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    Todos os casos de agravamento da doença foram registrados no Brasil, que soma 7.497 casos de oropouche em 23 estados brasileiros, a maioria concentrada na região amazônica.

    Material genético do vírus

    No caso do bebê diagnosticado com microcefalia, o ministério relatou que os laboratórios do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, realizaram exames que apontaram a presença do vírus em diferentes tecidos da criança e descartaram outras hipóteses diagnósticas.

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    “No entanto, a correlação direta da contaminação vertical de oropouche com as anomalias ainda precisa de uma investigação mais aprofundada, que vem sendo acompanhada pelo Ministério da Saúde e Secretaria do Estado de Saúde do Acre”, informou.

    A infecção já é debatida na Sala Nacional de Arboviroses, que reúne especialistas e gestores de áreas de vigilância, e houve ampliação para todo o país da distribuição de testes para diagnosticar para oropouche em caso de resultados negativos para demais doenças causadas por mosquitos, como dengue, zika e chikungunya.

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    “O Ministério da Saúde vem monitorando a situação de oropouche no Brasil em tempo real, por meio da Sala Nacional de Arboviroses. Será publicado, nos próximos dias, o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, incluindo dengue, zika, chikungunya e oropouche”, disse a pasta.

    arte febre oropouche
    (./.)

    Grávidas devem intensificar cuidados com oropouche

    Em nota técnica divulgada em julho, o Ministério da Saúde recomendou reforço na vigilância de grávidas com suspeita de infecções por arbovírus — o que inclui dengue, chikungunya e zika –, inclusive se apresentarem complicações, como óbito fetal, e se o bebê apresentar malformações, caso da microcefalia.

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    As medidas de proteção para as grávidas e para toda a população são evitar áreas onde há presença excessiva de maruins e mosquitos, usar telas de malha fina em portas e janelas, bem como optar por roupas que cubram a maior parte do corpo.

    Como o maruim costuma procurar matéria orgânica, a pasta dá outra orientação: “manter a casa limpa, incluindo a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, e o recolhimento de folhas e frutos que caem no solo”.

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    Também é recomendado aplicar repelente nas áreas expostas da pele. Em alerta aos países da região das Américas sobre o risco de transmissão do vírus da mãe para o bebê, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) sugere uso de formulações contendo com DEET, IR3535 ou icaridina.

    Entenda a febre oropouche e seus sintomas

    Transmitida principalmente pelo Culicoides paraenses, um tipo de mosca conhecida como maruim ou mosquito-pólvora, a febre oropouche é causada pelo vírus OROV. Em regiões urbanas, o Culex quinquefasciatus, o pernilongo visto comumente nas residências, é um dos vetores.

    Detectado pela primeira vez em Trinidad e Tobago no ano de 1955, tem causado surtos esporádicos no Brasil, Equador, Guiana Francesa, Panamá e Peru. No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez em 1960 por meio de uma amostra de sangue de uma fêmea de bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.

    Os sintomas da doença são febre de início súbito, dor de cabeça, rigidez articular e dores. Alguns pacientes manifestam fotofobia (intolerância visual à luz), náuseas e vômitos persistentes que podem durar de cinco a sete dias. Em casos mais graves, que são raros, pode ocorrer a evolução para meningite.

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