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Meninas de apenas 11 anos procuram cirurgia íntima

Meninas de apenas 11 anos de idade tem procurado por cirurgias íntimas ou labioplastias. A tendência preocupa profissionais de saúde

Por Da Redação
Atualizado em 4 jul 2017, 16h27 - Publicado em 4 jul 2017, 16h08
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  • A cirurgia íntima feminina ou labioplastia, que reduz ou altera os lábios vaginais, já é tendência em cirurgias plásticas em todo o mundo. Tanto que este ano, pela primeira vez, o procedimento foi incluído no relatório anual da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, com um aumento de 39% nos casos em relação a 2015. No Brasil, um levantamento realizado pela Dall’Ago & Manfrim Cirurgia Plástica mostrou que a procura pela cirurgia íntima feminina cresceu 250% em um ano. Já no Reino Unido, o número de mulheres submetidas a labioplastia aumentou dez vezes entre 2003 e 2013.

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    Aumento entre pré-adolescentes e adolescentes

    É também no Reino Unido que essa “moda” chegou às crianças. Especialistas afirmaram à rede britânica BBC que meninas de apenas 11 anos têm procurado o procedimento. Registros do Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês) mostraram que entre 2015 e 2016, cerca de 200 mulheres com menos de 18 anos fizeram labioplastia. Dessas, 150 (75%) tinham menos de 15 anos. O dado chamou a atenção e gerou críticas entre especialistas locais.

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    “Estou vendo meninas de apenas 11, 12, 12 anos, acreditando que há algo errado com sua vulva – que ela tem o formato errado, o tamanho errado, e realmente expressando nojo sobre ela. Sua percepção é que seus pequenos lábios deveriam ser invisíveis, quase como uma Barbie, mas a realidade é que há muita variação. É muito normal que os lábios se projetem.”, disse a médica Paquita de Zulueta à BBC.

    Pornografia e mídias sociais

    Especialistas acreditam que o aumento da procura de procedimentos íntimos por meninas tão jovens esteja relacionado ao sexting -troca de imagens de nudez pelo smartphone -, às famosas “nudes” nas mídias sociais e ao acesso à pornografia na internet, que faz com que elas tenham uma percepção irreal sobre a aparência de sua região íntima.

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    Riscos

    O problema da labioplastia em meninas tão jovens é que, além dos riscos associados a qualquer procedimento cirúrgico, na adolescência, o corpo ainda está em desenvolvimento. Isso significa que, nessa faixa etária, é normal que os pequenos lábios pareçam salientes, simplesmente porque eles crescem primeiro. Mas, mais tarde, isso tende a se normalizar e o procedimento terá sido em vão ou, pior ainda, causar um problema real, como cicatrizes ou assimetria no local.

    Quando a cirurgia é indicada

    Oficialmente, a NHS recomenda que o procedimento não seja realizado em meninas com menos de 18 anos, exceto em casos de deformidades ou grande impacto físico ou psicológico para a paciente e alega que todas as adolescentes submetidas à labioplastia o fizeram por questões de saúde.

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    Naomi Crouch, ginecologista especializada em adolescentes afirmou que  “é muito difícil acreditar que existem 150 meninas com alguma anormalidade médica que justifique a necessidade de uma operação íntima”. Ela acredita que as jovens estejam exagerando ao relatar o abalo do problema à sua autoestima ou seu real impacto na prática de esportes, por exemplo.

    “Elas estão conscientes de que são mais propensas a conseguirem a operação se disserem que [o problema] está interferindo no sexo, esporte…”, afirmou a especialista.

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    Impacto na autoestima

    Apesar das críticas, o cirurgião britânico Miles Berry defendeu a operação. “Isso pode mudar as pessoas profundamente, o sentimento que elas têm sobre si mesmas, sua confiança e autoestima. Eu vi pacientes com idade entre 16 e 21 anos que nunca tinham tido um namorado porque elas estavam preocupadas demais sobre isso [a aparência de seus genitais].”, afirmou à BBC.

    Na Inglaterra, a maioria das labioplastias ainda é feita por mulheres com mais de 18 anos, em procedimentos particulares. Segundo a cirurgiã plástica Heloise Dall’Agno, as cirurgias da região íntima feminina são rápidas, pouco dolorosas e com repouso pós-operatório médio de sete dias.

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