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Medicamento que trata malária com apenas 1 dose é aprovado nos EUA

A tafenoquina é indicada para o tipo recorrente da doença e consegue eliminar o parasita com apenas uma dose, contra 14 no tratamento atual

Por Da Redação
Atualizado em 23 jul 2018, 22h41 - Publicado em 23 jul 2018, 16h01
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  • Food and Drug Administration (FDA), agência americana que regulamenta medicamentos e alimentos, aprovou um novo tratamento contra a malária. A tafenoquina, produzida pela farmacêutica GSK, é indicada para a forma recorrente da doença e elimina o parasita com apenas uma dose. Uma mudança significativa diante das catorze doses necessárias na terapia atual.

    Além disso, o medicamento consegue eliminar os parasitas que ficaram escondidos no fígado, impedindo justamente a recorrência da doença. Segundo especialistas, o Krintafel, nome comercial do medicamento, é uma “conquista fenomenal” no combate à malária.

    A malária é uma doença infecciosa causada pelo parasita Plasmodium e transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles. Sua gravidade varia de acordo com a espécie do parasita. Embora o Plasmodium falciparum seja uma das principais espécies causadoras de malária, na última década houve um aumento dos casos de infecção por pelo Plasmodium vivax, que contamina 8,5 milhões de pessoas por ano no mundo inteiro. No Brasil, ele é responsável por 85% dos casos de malária, sendo muito comum também no restante da América Latina e no sul da Ásia.

    O novo tratamento

    É justamente contra essa espécie que a tafenoquina age. Atualmente, o tratamento indicado para combater o parasita é a administração de primaquina. Entretanto, como é necessário tomá-la por catorze dias, há uma dificuldade de adesão ao procedimento. Funciona assim: os sintomas começam a melhorar nos primeiros dias do tratamento e, com isso, os pacientes param de tomar o remédio antes de completar o ciclo recomendado de catorze dias. Por causa disso, alguns parasitas podem permanecer no corpo e se manifestar novamente.

    O fato de o parasita ficar “adormecido” no fígado durante anos antes de se manifestar repetidas vezes dificulta bastante o tratamento. Segundo especialistas, as pessoas infectadas costumam se tornar “reservatórios” da doença, porque, se o mosquito picar quem está com os parasitas ativos no corpo, ele pode transmitir a malária para outros indivíduos. Esse é um dos problemas que dificultam a eliminação da doença pelo mundo.

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    “A habilidade de se livrar do parasita no fígado com uma dose única de tafenoquina é uma conquista fenomenal e, na minha visão, representa um dos maiores avanços no tratamento da malária dos últimos sessenta anos”, disse Ric Prica, professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido, à BBC News.

    Acredita-se que a aprovação do medicamento nos Estados Unidos vai facilitar a análise da nova medicação por outras agências ao redor do mundo e possível aprovação em outros países.

    Efeitos colaterais

    Como todo medicamento, a tafenoquina não é isenta de efeitos colaterais e alguns deles podem ser bastante graves. Por exemplo, pessoas com deficiência de G6PD – um problema enzimático – podem desenvolver anemia grave e, portanto, não podem receber a nova terapia. Para evitar problemas, a recomendação da FDA é que os pacientes sejam testados para essa deficiência antes de iniciarem o tratamento.

    Altas doses de tafenoquina também podem trazer danos a pessoas que sofrem com problemas psiquiátricos graves. Esses fatores podem dificultar o acesso ao tratamento em áreas mais pobres, justamento onde a malária é mais comum. Apesar disso, a expectativa é de que aliada a medidas de controle da população de mosquito, a nova medicação ajude a reduzir os casos de malária no mundo, segundo informações da rede BBC.

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    A tafenoquina existe desde 1970, mas a Medicines for Malaria (instituição voltada à pesquisa sobre malária) e a GSK realizaram pesquisas para fazer com que a droga atuasse especificamente na eliminação de parasitas no fígado.

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    Malária

    A malária é uma doença causada pela infecção dos glóbulos vermelhos humanos por quatro espécies do parasita unicelular Plasmodium: Plasmodium vivax, Plasmodium ovale, Plasmodium malarie e Plasmodium falciparum. Se não tratada, pode gerar complicações graves, principalmente se for transmitida pelo Plasmodium falciparum, responsável por transmitir de 15% a 20% da malária diagnosticada no Brasil.

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    Ao redor do mundo são registrados cerca de 250 milhões de novos casos e perto 1 milhão de mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A maior incidência é na África, onde é causa de uma entre cinco mortes infantis. No Brasil, a maior incidência está na Região Amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

    A malária tem cura e pode ser tratada desde que aconteça de forma adequada. Entre os sintomas estão: febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica. Uma pessoa infectada pelo parasita também pode apresentar náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite antes das manifestações mais comuns. Em casos mais graves, podem manifestar sintomas como: prostração (fraqueza), alteração da consciência, dispneia ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque, e hemorragias.

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