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Mamografia 3D é mais eficaz no diagnóstico de câncer de mama

De acordo com um novo estudo, o método, conhecido como tomossíntese, é capaz de detectar 34% mais tumores do que a mamografia convencional

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 nov 2018, 16h51 - Publicado em 31 out 2018, 16h54
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  • A mamografia 3D, também conhecida como tomossíntese da mama, é capaz de detectar 34% mais tumores do que a mamografia tradicional. A conclusão é de um estudo publicado recentemente na conceituada revista científica Lancet Oncology. Além disso, o tempo de compressão da mama durante o exame é menor.

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    Essa característica ajuda a reduzir a dor, motivo pelo qual muitas mulheres optam por não realizar a mamografia periodicamente. “Isso pode incentivar mais mulheres a participarem da triagem”, afirma Sophia Zackrisson, uma das autoras do estudo, professora associada da Universidade de Lund e radiologista do Hospital Universitário Skåne.

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    A pesquisa, conduzida pela Universidade de Lund e pelo Hospital Universitário Skåne, na Suécia, rastreou 15.000 mulheres em um período de cinco anos. “Há uma necessidade de melhorar a triagem para muitas mulheres, e a tomossíntese da mama é claramente o método mais adequado para o rastreio do câncer de mama.”, diz Sophia Zackrisson. .

    Por outro lado, também há maior probabilidade de alarmes falsos. “Precisamos chamar mais mulheres para exames adicionais, em comparação com a mamografia tradicional, para confirmar que essas mulheres não tinham câncer, pois esse método encontra mais estruturas na mama em geral.”, explica Sophia.

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    Mamografia versus tomossíntese

    A mamografia digital tradicional capta todo o tecido mamário em uma única imagem. Para fazer isso, é necessário comprimir a mama entre duas placas planas de metal, por cerca de dez segundos na horizontal e outros dez segundos na vertical. Para muitas mulheres, isso é extremamente doloroso.

    Já a tomossíntese de mama é tridimensional e funciona com o mesmo princípio da tomografia. Isso significa que são tiradas várias imagens de raios X de baixa dose da mama, de diferentes ângulos. Em seguida, elas são reconstruídas por um computador, para mostrar camadas finas da mama. Com menos estruturas de tecido sobrepostas e imagens melhores e mais precisas, a probabilidade de detectar tumores pequenos aumenta. Além disso, a dose de radiação total pode ser reduzida.

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    “A técnica minimiza os efeitos da sobreposição de tecido mamário, inerente das mamografias convencionais em 2D. A sobreposição de tecido mamário pode tanto mascarar (ocultar) algumas lesões, gerando resultados falsos-negativos como criar falsas lesões, gerando resultados falsos-positivos e biópsias desnecessárias”, diz Marcela Balaro, coordenadora de imagem mamária do Richet Medicina & Diagnóstico e especialista em radiologia no Instituto Nacional do Câncer (Inca).

    No Brasil, o método já está disponível em alguns hospitais particulares, centros de diagnóstico e hospitais públicos especializados, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP (Inrad). No entanto, a maioria dos planos de saúde não cobre o procedimento, que custa cerca de 800 reais.

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    “A tomossíntese é a tecnologia mais avançada e mais eficaz no diagnóstico do câncer de mama”, afirma Vivian Schivartche, radiologista especialista no diagnóstico de câncer de mama do CDB Premium, em São Paulo.

    Inteligência artificial no combate ao câncer de mama

    A inteligência artificial tem ganhado espaço na medicina, principalmente para melhorar o diagnóstico de exames de imagem, como tomografias, mamografias e ressonância magnética. Recentemente, o Google anunciou que desenvolveu um sistema que é capaz de identificar câncer de mama em estágio avançado com precisão de 99%.

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    Determinar se o câncer se espalhou do local primário para os linfonodos próximos é uma tarefa difícil e demorada para os patologistas. A ferramenta do Google desenvolveu um algoritmo promissor e mais preciso que o de médicos para avaliar biópsias de linfonodos em pacientes com câncer de mama.

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    O sistema, chamado Lymph Node Assistant (LYNA), reconhece as “características” dos tumores ao estudar os exames de pacientes com câncer. Em um teste do software, os médicos que usaram LYNA conseguiram analisar os exames em metade do tempo e com melhor precisão. A tecnologia ainda precisa de mais testes antes de ser comercializada, mas, no futuro, seu uso pode ajudar os patologistas a detectarem o câncer de mama com mais rapidez.

    “Os patologistas com assistência LYNA foram mais precisos do que os patologistas não assistidos ou o próprio algoritmo LYNA, sugerindo que as pessoas e os algoritmos podem trabalhar juntos de forma eficaz para um melhor desempenho do que sozinho.”, escreveu Martin Stumpe, gerente de produtos de saúde do Google, em um post no blog da empresa sobre inteligência artificial.

    Menos dor

    Para melhorar a experiência da paciente e reduzir o número de mulheres que não realizam o diagnóstico precoce, as empresas que fabricam esses equipamentos estão desenvolvendo complementos que reduzem a dor.

    Um dos mais recentes lançamentos é um compressor curvo que se adapta melhor ao formato da mama e reduz o desconforto em até 93%. O dispositivo também aumenta a eficácia do diagnóstico, pois permite enxergar estruturas menores com mais precisão. Isso é particularmente benéfico em mamas densas, onde o resultado da mamografia tradicional é muitas vezes indeterminado.

    Outra dica para reduzir a probabilidade de dor é não realizar o exame na semana anterior à menstruação nem no período menstrual, quando há maior sensibilidade nos seios.

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    Câncer de mama

    O câncer de mama corresponde a 28,1% dos novos casos da doença a cada ano, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). Com exceção dos tumores de pele não melanoma, este tipo de câncer é o mais frequente entre mulheres das regiões Sudeste, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. O percentual brasileiro é mais elevado que a taxa global, que é de 25%. As projeções para 2018 ainda indicam que, no mundo inteiro, 627.000 de pessoas podem morrer devido à doença.

    Apesar dos números, o câncer de mama está entre os tipos mais tratáveis da neoplasia, especialmente com diagnóstico precoce e tratamento adequado. Segundo o Inca, quando o câncer de mama é diagnosticado precocemente, as chances de cura são superiores a 90%. No entanto, a taxa de mortalidade ainda é de 24%.

    Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos, história reprodutiva, fatores comportamentais e ambientais e fatores genéticos e hereditários. Estima-se que 30% dos casos da doença podem ser evitados apenas com adoção de hábitos saudáveis.

    “Os principais fatores comportamentais que podemos mudar para a prevenção do câncer de mama são evitar a ingestão de álcool em quantidade exagerada, não fumar, exposição excessiva e desnecessária a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos. Assim como, dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, já que o excesso de peso aumenta o risco de desenvolver a doença.” afirma Marcela.

    É importante ressaltar que o câncer de mama não é exclusivo de mulheres. “Cerca de 1% dos casos aparecem em homens”, afirma Vivian. Segundo a especialista, alguns sinais de alerta do tumor em pacientes do sexo masculino são: nódulo palpável, saída de secreção no mamilo ou alteração do contorno da mama. “O primeiro passo é procurar um médico mastologista, que faz o exame clinico encaminha para realização de exames, como mamografia e ultrassom”, ressalta.

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    Formas de prevenção

    As principais formas de prevenção são a realização periódica do auto-exame das mamas, consultas com o ginecologista e realização de exames preventivos. “O primeiro exame de rastreamento é a mamografia, por ser mais simples, acessível e rápida. O rastreamento com mamografia reduz as mortes por câncer de mama em até 45%”, diz Vivian.

    Veja abaixo todas as opções de rastreio:

    Mamografia 

    Tomossíntese (mamografia 3D)

    Ultrassom das mamas

    Ressonância nas mamas

    *Fonte: Carla Benetti, radiologista e gerente médica do Centro Especializado em Mama do Salomão Zoppi Diagnósticos. 

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