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Laudo aponta que remédio foi preparado com substância errada

Por Da Redação
22 dez 2011, 15h44

Por Marcelo Portela

Belo Horizonte – O Secnidazol 500mg manipulado pela Fórmula Pharma, de Teófilo Otoni (MG), suspeito de ter causado a morte de dez pessoas no Vale do Mucuri foi feito com a substância errada. Foi o que confirmou laudo da Fundação Ezequiel Dias (Funed), divulgado hoje pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Minas Gerais, segundo o qual foi identificada a presença do anti-hipertensivo Anlodipina Besilato 5mg no medicamento originalmente destinado ao combate a verminoses.

De acordo com a SES, a análise foi feita em amostras apreendidas pela Vigilância Sanitária Estadual e pela Polícia Civil mineira na casa de pacientes que consumiram o medicamento. O material foi avaliado pelo Serviço de Medicamentos, Saneantes e Cosméticos da Funed na presença inclusive do dono da Fórmula Pharma, Ricardo Luís Portilho, acompanhado de dois advogados.

Segundo a SES, a primeira etapa da análise confirmou que não havia presença do antiparasitário Secnidazol no medicamento manipulado no estabelecimento em 14 de novembro. Em seguida, os técnicos analisaram e confirmaram a presença do anti-hipertensivo – já havia a suspeita dessa contaminação cruzada por causa dos sintomas apresentados pelas vítimas. A Funed ainda vai confirmar a concentração da substância.

O secretário de Estado da Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, avaliou que, apesar de o laudo definitivo só ficar pronto em aproximadamente 30 dias, a confirmação da presença do anti-hipertensivo nas cápsulas dá uma “clareza do erro técnico grave” ocorrido na manipulação do medicamento. “Nos solidarizamos com as famílias que sofreram com a perda dos seus entes queridos. Agora, o problema se torna um caso de polícia”, afirmou.

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A Polícia Civil também já investiga o episódio e hoje realizou a exumação de seis pessoas que morreram após ingerir as cápsulas acreditando tratar-se do medicamento Secnidazol. Duas exumações já haviam sido realizadas ontem. Material coletado entre os restos mortais das vítimas será encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte para confirmar se o anti-hipertensivo causou as mortes.

As últimas duas mortes foram as de Adélia Lopes da Paixão, de 49 anos, e sua filha Letícia Lopes dos Santos, de 22, registradas nos dias 9 e 11 deste mês, respectivamente. Elas foram submetidas a necropsia. As outras vítimas morreram entre 20 e 28 de novembro, todas em municípios do Vale do Mucuri. O IML ainda não concluiu nenhum dos laudos, mas, segundo a polícia, Portilho pode ser indiciado por homicídio caso seja confirmado erro na manipulação do medicamento. A Fórmula Pharma foi interditada pela Vigilância Sanitária Estadual, assim como outras farmácias de manipulação da região que funcionavam sem autorização ou tinham indícios de produzir medicamentos em escala industrial.

Marcelo Portela

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