PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Laboratórios australianos estabelecem cota de gênero inovadora

A partir de 2023, governo dará metade de suas bolsas de investigação para cientistas em meio de carreira e sênior a mulheres e candidatos não binários

Por Diego Alejandro
21 out 2022, 17h56

Segundo a Organização das Nações Unidas, a desigualdade salarial de gênero no mundo é de 16%, o que significa que as mulheres ganham em torno de 84% do que ganham os homens. Essa diferença pode ser ainda maior no caso das mulheres negras. Em uma tentativa de corrigir essa balança tão desproporcional, a principal organização de financiamento de pesquisa médica e de saúde da Austrália planeja conceder metade de suas bolsas de pesquisa para seu maior programa de financiamento para mulheres e candidatos não binários (que não se percebem como pertencentes a um gênero específico) a partir do próximo ano.

O Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (NHMRC) anunciou a mudança recentemente. Ela será aplicada a pesquisadores em nível intermediário e sênior que se candidatem a bolsas de investigação da agência, que financiam pesquisas e salários. Os subsídios também serão fixados em 400 mil dólares australianos (AUD) cada, cerca de R$ 1,3 milhão.

“É uma mudança de jogo”, diz Anna-Maria Arabia, executiva-chefe da Academia Australiana de Ciências em Canberra. O plano “remove diretamente uma barreira que historicamente levou ao desgaste na força de trabalho de pesquisa e levou à sub-representação significativa de mulheres em níveis seniores”, diz ela.

De 2015 a 2020, o número de mulheres matriculadas em cursos de graduação em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) na Austrália aumentou 24% em comparação com um aumento de 9% no número de homens matriculados. “Precisamos, obviamente, descobrir como mantê-los”, diz Kylie Walker, executiva-chefe da Academia Australiana de Ciências e Engenharia Tecnológicas, uma organização sediada em Canberra que representa cientistas e engenheiros aplicados.

Em 2021, 254 bolsas para pesquisadores foram concedidas, no valor total de AUD$ 400 milhões. Mas quando dois pesquisadores em Melbourne revisaram os dados, descobriram que os homens receberam 23% mais do que as mulheres. Este ano, a agência realizou sua própria revisão dos resultados dos subsídios aos pesquisadores nos últimos três anos e descobriu que a maior lacuna estava entre os pesquisadores mais experientes.

Continua após a publicidade

 O NHMRC vem trabalhando há uma década para abordar a desigualdade de gênero em seu financiamento de subsídios. Por exemplo, em 2017, introduziu o “financiamento prioritário estrutural”, que reserva dinheiro adicional – cerca de 8% do orçamento geral do subsídio – para aplicações de pesquisa de alta qualidade lideradas por mulheres.

Mas isso não resolveu o desequilíbrio de gênero entre os pesquisadores mais estabelecidos. Em 2021, apenas 20% dos candidatos neste grupo eram mulheres. A modelagem sugeriu que mesmo aumentar a alocação de financiamento prioritário para 20% do orçamento de bolsas para pesquisadores seniores não atingiu a paridade, diz Anne Kelso, executiva-chefe do NHMRC. “A distorção dos números de candidaturas de homens versus mulheres é tão grande na extremidade superior do esquema que o financiamento prioritário estrutural não o leva até lá”, diz ela.

O conselho procurará ver se a concessão de um número igual de subsídios por gênero leva a um aumento no número de mulheres seniores solicitando subsídios de liderança, diz Anne.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.