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Infecção bacteriana como a de Madonna pode levar à morte

Quadro de saúde como da cantora, que pode evoluir para uma infecção generalizada ou desidratação severa. Especialistas comentam

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jul 2023, 19h55 - Publicado em 4 jul 2023, 14h43

Internada no sábado, 24, com um quadro grave de infecção bacteriana, Madonna recebeu alta na última quinta-feira, 29, mas continua apresentando um quadro bastante preocupante. Segundo um amigo próximo da cantora, ela está em seu apartamento em Nova York, mas “não sai da cama e vomita incontrolavelmente”. As informações são do site TMZ.

“Um quadro grave de infecção bacteriana não identificada e tratada adequadamente pode rapidamente evoluir para sepse”, diz o clínico geral Luís Fernando Correia, membro do American College of Physicians. Conhecida como “infecção generalizada”, a sepse acontece em decorrência de uma resposta inflamatória desregulada, em que é criado um estado onde o sistema circulatório deixa de suprir as demandas de oxigênio e nutrientes exigidos pelos órgãos. “Nesses quadros, alterações da frequência cardíaca, pressão arterial e ritmo da respiração podem levar a desmaios ou alterações do nível de consciência”, explica o médico.

Foi o que aconteceu com Madonna. Segundo o jornal Daily Mail, ela foi encontrada inconsciente e levada às pressas para um hospital de Nova York, onde foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e diagnosticada com uma severa infecção bacteriana, divulgada ao público no dia 28 por Guy Oseary, empresário da artista, por meio das redes sociais. O caso foi tão grave que um familiar da cantora chegou a dizer que “estavam se preparando para o pior”.

Outra pessoa próxima contou à publicação que a artista tem trabalhado demais e em ritmo acelerado para a turnê de 40 anos de carreira, Four Decades – The Celebration Tour, que iniciaria em julho, no Canadá, colocando assim, o trabalho na frente de sua saúde. “Ela não tem vivido uma vida tão saudável quanto deveria para sua idade e tem se desgastado nos últimos meses”, disse.

“O fato de a artista ter tido um estilo de vida saudável durante tantos anos, porém, a fortaleceu no combate à infecção”, afirma o patologista Hélio Magarinos Torres Filho, diretor médico do Richet Medicina &Diagnostico. Mesmo essas pessoas, no entanto, têm que ficar atentas a qualquer infecção comum – respiratória, gastrointestinal ou urinária – já que, se não tratadas, podem levar à complicações mais graves, como pneumonia e se transformar em uma infecção generalizada e levar até a morte.

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Vômitos frequentes

Segundo Correia, os vômitos frequentes da cantora apontam para um caso de agressão ao sistema gastrointestinal. “Algumas vezes, a utilização de antibióticos, que inicialmente são administrados por via venosa e depois passam para via oral, podem ‘agredir’ o estômago e levar a essa situação”, diz o médico, que acrescenta. “Outra possibilidade é que o quadro infeccioso não esteja totalmente sob controle e ocorra um desequilíbrio de sais minerais, notadamente sódio e potássio, e contribua para os vômitos frequentes, o que complica tudo pois podem levar à desidratação”.

Por isso, é importante identificar o agente infeccioso de forma rápida e administrar o antibiótico específico e correto. “O diagnóstico de infecções vai depender da suspeita. Por exemplo, se for infecção urinária, cultura na urina; para infecção gastrointestinal, exames feitos nas fezes, como painel PCR para gastroenterites; e se for suspeita de uma pneumonia, exames feitos em amostras respiratórias, como escarro, etc”, explica Torres Filho. “Se for suspeita de uma infecção mais grave, como septicemia, que pode ser uma infecção generalizada, são feitas culturas em amostras de sangue, chamadas de hemoculturas. Também são utilizados exames de imagem, como Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética”, completa.

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O tratamento também inclui suporte às funções vitais, com hidratação em volume adequado para manter a circulação e pressão arterial estável. Segundo o último dado disponível de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS), a sepse atingiu cerca de 50 milhões de pessoas no mundo todo, com mais de 20 milhões de mortes.

 

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