Diante da escalada de casos do novo coronavírus na Índia, o governo indiano anunciou neste domingo, 11, que vai proibir as exportações do medicamento remdesivir, autorizado por alguns países, entre os quais o Brasil, para o tratamento da Covid-19. De acordo com o Ministério da Saúde local, o aumento de infectados na Índia levou a uma corrida em busca do produto e abalou os estoques do medicamento. Sete empresas indianas têm capacidade de produzir cerca de 3,9 milhões de unidades por mês tanto para uso local quanto para a exportação para mais de 100 países.
Autoridades indianas estimam que a demanda deverá aumentar ainda mais nos próximos dias, e fabricantes foram orientados a ampliar o fornecimento do antiviral. As exportações ficarão suspensas até que as condições sanitárias domésticas melhorem. Apenas neste domingo foram registrados 152.879 novos casos de pacientes infectados na Índia, o sexto aumento recorde em apenas sete dias.
O remdesivir, produzido pelo laboratório americano Gilead Sciences, foi um dos primeiros medicamentos a serem revelados como promissores no tratamento contra a Covid-19. Em março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do antiviral no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, considera que o uso de remdesivir tem “muito pouco efeito ou nenhum” na redução da mortalidade dos infectados por Covid e, em novembro, emitiu um comunicado em que afirma não haver evidências de que o produto melhore a sobrevida de pacientes.