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Implante para tratar disfunção erétil tem resultados iniciais promissores

Dispositivo atua nos nervos responsáveis pela ereção e oferece alternativa a pacientes que não respondem aos medicamentos orais convencionais

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 13h29 - Publicado em 5 abr 2024, 17h10

Um implante colocado no assoalho pélvico, na região ao lado da próstata, alcançou resultados positivos em testes clínicos iniciais para tratar a disfunção erétil. O dispositivo, chamado CaverSTIM, é destinado a tratar a condição em pacientes que não respondem aos medicamentos orais convencionais, como o popular Viagra. Os primeiros ensaios estão sendo realizados no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, no ABC Paulista, em pacientes com lesão medular. 

O aparelho foi desenvolvido pela startup de tecnologia médica Comphya e utiliza a neuromodulação, abordagem que, apesar de não ser novidade na medicina, é inédita no tratamento da disfunção erétil. Ao ser ativado por um controle remoto sem fio, o dispositivo fornece estímulos elétricos controlados e indolores, ajudando a melhorar a função dos nervos envolvidos na ereção

“Em pacientes tetraplégicos, por exemplo, que não têm a capacidade de controlar uma ereção, é como se o pênis estivesse desvinculado do restante do corpo. Então, o dispositivo atua fornecendo o estímulo elétrico para que esse controle seja possível”, explica Sidney Glina, urologista e um dos coordenadores dos estudos clínicos. Dessa forma, a inovação busca oferecer uma alternativa segura, confortável e eficaz para os pacientes em comparação a opções mais invasivas, como injeções locais e implantes penianos.

Promessa de inovação no tratamento de disfunção erétil 

Os resultados preliminares têm sido positivos, com relatos de melhora na função sexual e maior sensibilidade na região peniana. Além disso, há outros benefícios da abordagem, uma vez que os estímulos do neuromodulador no assoalho pélvico também auxiliaram na evacuação e na continência urinária, segundo relatos dos participantes dos ensaios clínicos. 

De acordo com estatísticas globais de um estudo publicado na revista Pharmacy and Therapeutics, cerca de 30% das pessoas com disfunção sexual não respondem aos tratamentos orais, o que torna esse dispositivo uma esperança para grupos específicos, como aqueles com lesão medular ou que passaram por prostatectomia — remoção cirúrgica de parte ou de toda a próstata.

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“A ideia é revolucionar o tratamento da disfunção erétil orgânica, ou seja, desencadeada por fatores do próprio corpo”, afirma Glina. “O objetivo é que, no futuro, um paciente que tenha disfunção erétil decorrente de um problema de inervação e vascularização poderá optar pela inserção do dispositivo sem que tenha que recorrer a outros tratamentos mais invasivos em comparação à neuromodulação”, conclui. 

Próximos passos e perspectivas 

Três pacientes brasileiros com lesão medular já receberam, com sucesso e sem complicações, o implante. A expectativa é de que mais 17 voluntários, até a metade do ano, passem pelos testes clínicos, que foram aprovados por comitês de ética antes de receberem a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Segundo a Comphya, os resultados preliminares são promissores e demonstram o potencial do dispositivo em melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes com disfunção erétil.

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Outros tratamentos 

Novas abordagens vêm surgindo para oferecer alternativas a métodos tradicionais, como o Viagra. Por exemplo, a Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora americana, aprovou no ano passado o primeiro gel para aplicação local e com efeito em apenas quinze minutos. Com o nome Eroxon, ele age mais rápido que os comprimidos e funciona com um processo de aquecimento e resfriamento do tecido, estimulando os nervos e o fluxo sanguíneo.

No Brasil, já está disponível a droga cloridrato de dapoxetina (de nome comercial Prosoy) para o tratamento da ejaculação precoce. Liberado pela Anvisa em 2022. Ele é indicado para homens de 18 a 64 anos que lidam com a condição.

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