A Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) lançou um novo guia prático para o manejo da dor aguda com foco no uso de medicamentos à base de paracetamol. Destinado a profissionais de saúde e ao público em geral, o guia — elaborado em parceria com a Kenvue, empresa voltada para a saúde do consumidor — oferece informações atualizadas e de fácil compreensão sobre o tratamento da dor, ressaltando a importância do uso responsável de medicamentos isentos de prescrição.
O que é dor aguda?
A dor aguda é uma experiência comum que pode surgir após uma lesão, cirurgia, ou devido a infecções e inflamações. Ela dura entre alguns minutos e até 12 semanas, sendo uma resposta natural do corpo para indicar que algo não está bem. Embora desconfortável, esse tipo de dor é importante para alertar sobre a necessidade de atenção médica. Nos últimos dez anos, a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) tem contribuído significativamente para o avanço no entendimento das complexidades da dor, destacando seu papel biopsicossocial.
Papel da dor
A dor não é apenas uma resposta física a uma lesão. Ela também tem um impacto significativo nas esferas emocional e social da vida do indivíduo. O conceito biopsicossocial da dor, amplamente discutido nos últimos anos, reconhece que fatores psicológicos e sociais, como o estresse e o apoio social, influenciam a percepção da dor e sua intensidade. Isso ressalta a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no tratamento da dor, que leve em consideração o indivíduo como um todo, e não apenas o sintoma físico.
Tratamento com paracetamol
O paracetamol é um dos analgésicos mais utilizados no mundo, reconhecido por sua eficácia e segurança no alívio da dor e febre. Segundo o guia da SBED, ele é amplamente recomendado como primeira opção em diversas condições de dor, como as associadas a gripes e resfriados, além de dor de cabeça e dores musculares.
Um dos pontos destacados no guia é a importância de seguir as orientações de dosagem, evitando a automedicação inadequada, que pode causar danos à saúde, especialmente ao fígado. O paracetamol deve ser utilizado conforme as instruções da bula ou recomendação médica, e, em caso de persistência da dor, é essencial buscar orientação de um profissional de saúde.
Letramento em saúde e autocuidado
O guia também enfatiza a importância do letramento em saúde, ou seja, a capacidade dos indivíduos de obter, processar e compreender as informações de saúde necessárias para tomar decisões informadas. Esse é um passo crucial para que as pessoas possam gerenciar sua saúde de forma eficaz, especialmente no que diz respeito ao uso seguro de medicamentos como o paracetamol.
O autocuidado, dividido em sete pilares, é fundamental para a prevenção e manejo da dor aguda. Esses pilares incluem a alimentação saudável, prática regular de atividades físicas, controle do estresse, sono adequado, evitar comportamentos de risco, adesão ao tratamento prescrito, e monitoramento da própria saúde. Compreender e adotar esses pilares pode não apenas aliviar a dor, mas também melhorar a qualidade de vida de forma geral.
Avanços no entendimento da dor e custos
Nos últimos anos, o entendimento da dor crônica e aguda tem evoluído significativamente, com novos estudos destacando a complexidade dessa condição e a necessidade de tratamentos mais personalizados. Apesar desses avanços, a dor crônica continua sendo uma das principais causas de incapacidade no mundo, e os custos associados ao seu manejo são elevados. Estima-se que o Brasil gaste bilhões de reais anualmente com o tratamento de dores crônicas, o que inclui despesas com consultas médicas, medicamentos, terapias, e afastamento do trabalho.
O lançamento desse guia pela SBED é um marco importante para a educação em saúde, oferecendo informações acessíveis e atualizadas para o manejo da dor aguda. Ao seguir as orientações fornecidas, pacientes e profissionais de saúde podem melhorar o bem-estar, utilizando o paracetamol de maneira segura e eficaz.