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Gripe pode ser mais severa e especialistas recomendam que todos se vacinem

Segundo estudo americano, a suspensão das medidas restritivas contra a Covid-19 deve interferir também na manifestação de casos da doença

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 out 2021, 12h20 - Publicado em 19 out 2021, 11h57

Um estudo publicado no Journal of Infections Diseases prevê um grave surto de gripe assim que as medidas restritivas contra a Covid-19 forem suspensas. Pesquisadores da Escola de Saúde Mailman, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, chegaram a essa conclusão após utilizarem um modelo computacional com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para quantificar a incidência da gripe após a implementação das medidas de controle e projetar a transmissão do vírus influenza, causador da gripe, nos próximos cinco anos.

Ações protetivas como o uso de máscara, o distanciamento social, as restrições de viagens e o fechamento de escolas levaram a uma queda de 60% nas infecções de gripe durante as primeiras dez semanas após sua introdução no ano passado. “Este estudo sugere que o número reduzido de infecções em 2020 levará à diminuição da imunidade da população, que, por sua vez, pode contribuir para um aumento da gripe por vários anos”, diz Jonathan Stoye, chefe de virologia do Francis Crick Institute, em Londres. Os pesquisadores alertam que as flexibilizações podem levar a um surto de gripe em grande escala, particularmente em partes dos Estados Unidos onde havia maior controle da Covid-19. Eles também indicam que os baixos níveis de gripe durante a pandemia podem dificultar a previsão de quais cepas circulantes precisarão considerar para desenvolver futuras vacinas, o que pode diminuir a eficácia dos imunizantes.

Mas, em uma visão mais otimista, os autores também admitem que a temporada de gripe não é algo inevitável. Por causa do foco na Covid-19, a gripe pode ter sido subnotificada em 2020, ou seja, mais pessoas podem ter sido expostas ao vírus do que o modelo reconhece. Como alternativa, devido à redução da transmissão da gripe, o vírus teria menos chance de sofrer mutações e produzir novas variantes. As pessoas poderim, portanto, ter imunidade contra infecções de gripe anteriores, o que levaria a um surto menos grave. “No ano passado tivemos a menor incidência de gripe devido às restrições para evitar o novo coronavírus”, afirma William Schaffner, professor de Medicina Preventiva da Escola de Medicina da Universidade Vanderbilt. “Acho que não houve subnotificação de gripe, acredito que a baixa taxa de gripe foi genuína”, acrescenta.

No entanto, Stoye adverte que a gravidade de um surto depende do número de variantes: “Será interessante ver se esse aumento realmente ocorre, já que as taxas de infecção viral são impulsionadas por vários fatores o aparecimento de novas variantes”, diz. É fato, porém, que outras infecções respiratórias aumentaram à medida que a vida começa a voltar ao normal, ou seja, devemos levar a sério o alerta de uma temporada de gripe forte. “Como tivemos uma temporada de gripe anterior tão baixa, nossa imunidade diminuiu de tal forma que ficamos suscetíveis a mais transmissão e doenças mais sérias. A gripe é inconstante, então teremos que esperar para ver. Enquanto isso, vacinem-se”, finaliza Schaffner.

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