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Gerar um bebê de óvulo doado impacta no relacionamento com o filho

Muitas mulheres se sentem menos confiantes em suas habilidades como mãe — e a idade avançada também influencia

Por Da Redação
Atualizado em 9 out 2018, 17h34 - Publicado em 9 out 2018, 16h34

Mulheres que geram bebês com óvulos doados se conectam de forma diferente com os filhos, aponta estudo publicado recentemente na revista Child Development. Os pesquisadores informam que elas demonstram pequenas diferenças no relacionamento durante as interações, além de parecerem menos sensíveis ao comportamento da criança. Já os bebês estão menos propensos a envolver a mãe nas brincadeiras. 

“O estudo sugere que pode haver algumas diferenças na qualidade das relações entre pais e filhos nas famílias que tiveram filhos por doação óvulos em relação a outras formas de engravidar por reprodução assistida”, explicou Stuart Lavery, especialista em fertilidade do Imperial College, na Inglaterra, ao Daily Mail

A pesquisa

Para chegar a esta descoberta, os pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, entrevistaram 85 mulheres com filhos gerados por doação de óvulo e cujos parceiros eram os pais biológicos das crianças. Destas mulheres, 73 desconheciam a identidade da doadora e 12 estavam cientes. A equipe também filmou, durante dez minutos, a interação entre as mães e os bebês, com idade entre seis e 18 meses. Os resultados foram comparados com análise interativa de 65 mulheres cujos filhos foram gerados com óvulo próprio. 

A equipe notou que as mulheres que usaram óvulos doados sorriam menos, reagiam menos a comportamentos infantis como apontar para um brinquedo — em alguns casos, elas se mostraram entendiadas. Também foi observado menor habilidade no planejamento de brincadeiras. Já as crianças eram menos responsivas, fazendo menos contato visual, sorrindo menos e geralmente não envolviam tanto as mães durante as atividades.

Reação em cadeia

Segundo os pesquisadores, a reação das crianças é resultado da atitude materna, que pode ser explicada pelo fato de elas se sentirem menos confiantes em suas habilidades como mãe. A explicação para esse fenômeno está também associado à idade uma vez que as mulheres eram mais velhas.

Apesar das pequenas diferenças de comportamento, o estudo indica que durante as entrevistas não foram notadas diferenças no sentimento materno em comparação com mulheres que realizaram fertilização in vitro com óvulo próprio. Questões de hostilidade ou dificuldades para controlar a própria conduta também não foram observadas.

“As mulheres que usam óvulos doados muitas vezes têm um caminho mais longo para a maternidade. Algumas mulheres ainda estão se encontrando como mães de doação e isso pode ser um desafio”, disse Susan Imrie, coautora da pesquisa. De acordo com ela, algumas participantes admitiram que tiveram problemas para se acostumar com a falta de conexão genética com os filhos, mas o desconforto pode ser superado com o tempo. 

Filho por doação

A escritora inglesa Alice Jolly, de 51 anos, é mãe de duas crianças: Thomas, que é seu filho biológico, e Hope, que nasceu de fertilização in vitro por doação de óvulo. Em entrevista ao Daily Mail, ela contou que é normal se preocupar com a falta de conexão biológica com os filhos e sentir medo de não conseguir interagir com eles. No entanto, para ela, após o nascimento de Hope, os medos foram superados. 

Ela optou pela doação depois de uma série de eventos, que incluem abortos espontâneos e alguns procedimentos de reprodução assistida fracassados. “Eu sabia que as chances de conceber com meus óvulos eram muito baixas. Seria muito melhor se utilizássemos óvulos doados. Quanto mais analisávamos, mais eu pensava, por que não?”, comentou. 

Alice não conhece pessoalmente a doadora, mas envia cartões de Natal todos os anos e deixa claro que se a filha, agora com seis anos, desejar conhecê-la, pode fazê-lo quando for mais velha.

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