Com aval do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o governo americano determinou uma troca significante na unidade fabril de vacinas contra Covid-19 pertencente à Emergent BioSolutions. Localizada em Baltimore, a fábrica foi palco de um erro grave em março, quando a companhia subcontratada misturou ingredientes dos imunizantes da Janssen e de Oxford/AstraZeneca, o que ocasionou no descarte de 15 milhões de doses. Agora, esse erro não acontecerá novamente. O país determinou que a Johnson & Johnson, dona da farmacêutica Janssen, assuma “total responsabilidade” pelas instalações da fábrica, fazendo com que a produção da farmacêutica britânica AstraZeneca, que ainda não tem acordo para distribuição do antígeno nos EUA, seja deslocada para outro ambiente.
O governo americano não assume se o descarte excessivo de doses pode ter atrasado o cronograma de vacinação no país, onde mais de 100 milhões de pessoas já foram imunizadas, mas não escondeu seu incômodo com o ocorrido. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos da administração Biden facilitou a troca na gestão da fábrica. Agora, a Johnson & Johnson instalará uma nova equipe de gerenciamento para assumir a produção e fabricação na fábrica e terá total responsabilidade pelas operações, produção e fabricação no local. Além disso, o caso coloca mais uma barreira para a AstraZeneca que encontra percalços para tentar distribuir seu imunizante contra Covid-19 ao país.
Em comunicado, a Emergent reconheceu o erro na unidade fabril, embora tenha dito que trata-se de um caso isolado. “O descarte de um lote de uma substância a granel, embora decepcionante, é algo que ocorre ocasionalmente acontece durante a fabricação da vacina, que é um processo biológico complexo e de várias etapas”, disse a empresa.
A Johnson & Johnson espera entregar quase 100 milhões de doses de sua vacina contra Covid-19 ao governo dos EUA até o fim de maio. Dentre as companhias autorizadas a distribuir imunizantes contra a enfermidade no país, a empresa, até agora, é a que menos entregou imunizantes, atrás de Pfizer e Moderna, que atingiram suas metas para o primeiro trimestre, com a distribuição de 120 milhões de doses e 100 milhões de doses, respectivamente. Por demandar apenas uma aplicação, o antígeno da Johnson & Johnson é visto como crucial para vacinar, sobretudo, cidadãos americanos que morem em zonas mais afastadas dos grandes centros urbanos.