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Estimulação elétrica do cérebro pode ajudar a reduzir crimes violentos

Segundo o estudo, a técnica, conhecida como ETCC, pode ser utilizada no futuro para tratar criminosos condenados para evitar a reincidência

Por Da Redação
Atualizado em 4 jul 2018, 19h04 - Publicado em 4 jul 2018, 15h46

De acordo com estudo publicado no Journal of Neuroscience, pesquisadores descobriram que uma sessão de estimulação elétrica cerebral pode reduzir as intenções criminosas e elevar a consciência moral de pessoas agressivas. Segundo as informações do The Guardian, a nova pesquisa confirmou a ligação entre a atividade prejudicada no córtex pré-frontal e o comportamento antissocial, que pode desencadear crimes violentos. Segundo os pesquisadores, a técnica pode ser utilizada no futuro como alternativa para tratar criminosos condenados, evitando a reincidência.

Prevenção contra crimes

Depois de observar o comportamento do córtex pré-frontal, região do cérebro responsável por controlar os impulsos e expressar emoções, pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), em Singapura, decidiram explorar o potencial de estimulação cerebral no combate a crimes.

De acordo com Olivia Choy, psicóloga da NTU, há muito tempo os neurocientistas estabelecem uma ligação entre o mau funcionamento do córtex pré-frontal e atitudes agressivas; no entanto, ainda não tinha sido possível esclarecer como a redução da atividade cerebral pode ser um fator desencadeante de atos violentos.

Para tentar resolver essa questão, a equipe analisou a reação de 86 participantes diante de cenários hipotéticos: um ataque físico e um ataque sexual. As pessoas que passaram pelo processo de estimulação cerebral, conhecida como estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), por um período de vinte minutos, tinham 47% menos probabilidade de agir de forma violenta e risco 70% menor de praticar um ataque sexual.

Os resultados ainda mostraram que o ETCC não apenas reduziu intenções violentas como tornou os participantes mais suscetíveis a rejeitar moralmente atos agressivos. “Quando as pessoas pensam em crime, pensam em bairros ruins, em pobreza ou discriminação. E tudo isso é correto. Mas também acreditamos que há uma contribuição biológica para o crime que tem sido seriamente negligenciada. O que isso mostra é que poderia haver uma abordagem nova e diferente para tentar reduzir o crime e a violência na sociedade”, disse Adrian Raine, coautor do estudo, ao The Guardian

Na vida real…

No entanto, os pesquisadores informam que em cenários reais, as pessoas descarregaram suas emoções independentemente de terem passado pelo estímulo cerebral ou não. Além disso, os testes não foram realizados com criminosos, o que pode interferir nos resultados.

Como as descobertas ainda são preliminares, outros estudos precisam ser feitos para confirmar se a estimulação cerebral pode ou não ajudar a reduzir os crimes violentos. Caso as evidências se confirmem, o procedimento pode se tornar uma alternativa para tratar criminosos no futuro.

Especialistas ressaltam que esse método também pode gerar resultados negativos. “Isso dá ao seu cérebro um pequeno empurrão. E, se aumenta o que já está acontecendo em seu cérebro, você pode realmente piorar as coisas”, alertou Caroline Di Bernardi Luft, da Universidade de Londres, na Inglaterra. Segundo ela, uma forma de prevenir uma reação contrária seria estimular o cérebro enquanto as pessoas realizam atividades que visam a aumentar a consciência moral.

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