As estatinas, medicamentos usados no controle do colesterol, podem aumentar em até quatro vezes o risco de desenvolver osteoporose, doença que provoca enfraquecimento dos ossos, segundo estudo publicado na revista Annals of Rheumatic Diseases. Para os pesquisadores, isso acontece porque a medicação pode interferir na produção de hormônios sexuais, como estrógeno e progesterona, que são conhecidos por promover proteção óssea.
Os resultados surpreendem já que pesquisas anteriores haviam mostrado que o uso de sinvastatina, rosuvastatina e atorvastatina, por exemplo, ajudam a reduzir o risco de osteoporose. A explicação dos cientistas para a contradição está na dosagem. Segundo eles, doses menores de estatinas de fato podem promover proteção para os ossos, doses mais altas, no entanto, têm o efeito oposto.
O estudo
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, analisaram dados de 7.945.775 pessoas com menos de 90 anos entre janeiro de 2006 a dezembro de 2007. A equipe verificou que 353.502 participantes tomavam algum tipo de estatina – examinando a dosagem de cada um. Ao final do estudo, a equipe observou 11.701 casos de osteoporose. No grupo de controle, com 7.543.947 participantes, o número de casos da doença foi de 68.699.
A análise dos dados mostrou que pacientes que tomam remédio para controle do colesterol em doses mais altas estão mais propensos a desenvolver osteoporose.