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Dormir pouco pode aumentar risco de Alzheimer

Apenas uma noite mal dormida pode causar um aumento de cerca de 5% nos níveis de uma proteína associada à doença

Por Da Redação
Atualizado em 10 abr 2018, 19h09 - Publicado em 10 abr 2018, 18h25

Padrões de sono inconstantes podem estar ligados ao aumento do risco de Alzheimer. É o que sugere um estudo preliminar realizado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Segundo a pesquisa, publicada esta semana na revista Proceedings of National Academy of Sciences, quando um indivíduo não descansa adequadamente, os níveis de uma substância tóxica no cérebro aumentam, podendo causar doenças que prejudicam a memória.

Os resultados do estudo apontaram que após uma noite de privação de sono, os participantes apresentaram níveis muito altos de beta-amiloide, uma proteína conhecida por ser um fator de risco para o Alzheimer, em comparação aos níveis encontrados em pessoas que tiveram uma boa noite de sono.

A pesquisa

De acordo com The Irish Times, o exame preliminar acompanhou 20 participantes saudáveis, com idades entre 22 e 72 anos, ao longo de duas noites. A pesquisa descobriu que houve um aumento significativo – cerca de 5% – nos níveis de beta-amiloide dos voluntários privados de sono durante a noite. “O aumento da beta-amiloide que vimos nos cérebros das pessoas  provavelmente é um processo prejudicial. Podemos concluir que maus hábitos de sono criariam um risco para o Alzheimer”, disse o médico Ehsan Shokri-Kojori, líder do estudo. 

Esta é a primeira vez que essas alterações cerebrais ligadas à condição são estudadas após uma noite de insônia em um cérebro humano.

Estudos sobre os níveis de beta-amiloide em determinados grupos de indivíduos apontaram que pessoas com leve perda de memória possuem 21% a mais dessa proteína em seus cérebros do que pessoas saudáveis; já aquelas com Alzheimer têm 43% a mais de beta-amiloide do que pessoas sem a doença. Para os autores, o sono pode desempenhar um papel importante no sistema natural de eliminação de resíduos, acabando com o material potencialmente nocivo do cérebro, inclusive a beta-amiloide.

Entretanto, como o estudo não comprovou se os efeitos de uma noite sem dormir são duradouros ou só podem ser vistos apenas durante dia seguinte, ele recebeu críticas de outros pesquisadores estudiosos do Alzheimer. 

Críticas ao estudo

Apesar de concordar com a descoberta, o diretor científico da Alzheimer’s Research UK, o médico David Reynolds, afirmou que o estudo não analisou o porquê de uma noite de sono melhor influenciar na diminuição dos níveis de beta amiloide. “Descobrir mais sobre como o cérebro processa esta proteína dará aos pesquisadores conhecimento vital enquanto eles trabalham em maneiras de limitar a formação prejudicial de beta-amiloide que vemos na doença de Alzheimer”, disse ele ao The Irish Times.

Ainda segundo Reynolds, embora haja uma série de benefícios conhecidos para a saúde quando uma pessoa desfruta de uma boa noite de sono, mais pesquisas são necessárias para analisar exatamente como certos padrões de sono afetam o risco de Alzheimer a longo prazo.

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A professora Tara Spiers-Jones, cientista do Instituto de Pesquisa em Demência do Reino Unido ligado à Universidade de Edimburgo, comentou que a pesquisa tem algumas deficiências, entre elas o número muito pequeno de participantes. De acordo com ela, o método utilizado para medir a quantidade de proteína no cérebro das pessoas detecta com precisão grandes aglomerações de beta-amiloide, comumente vistas no cérebro de pacientes com Alzheimer. No entanto, Tara disse que não é possível saber se é uma ferramenta precisa para medir os agrupamentos menores que podem ocorrer em pessoas saudáveis.

 

 

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