Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Discriminação causa alterações até no equilíbrio intestinal, aponta estudo

Preconceito pode desencadear respostas biológicas significativas, modificando a flora intestinal e a expressão de genes que regulam a imunidade e o bem-estar

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 nov 2024, 17h29
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Compartilhe essa matéria via:

    Experiências de discriminação, frequentemente vistas apenas sob a ótica psicológica e social, têm efeitos que vão além do emocional. Um estudo da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), publicado na revista científica Frontiers in Microbiology, revela que pessoas que enfrentam altos níveis de discriminação apresentam alterações significativas no microbioma intestinal e na expressão de genes relacionados à saúde.

    Esses achados reforçam a conexão entre o estresse social e respostas biológicas que podem comprometer o bem-estar físico e mental.

    A pesquisa analisou dados de 154 participantes de diferentes origens étnicas, divididos em grupos que sofriam alta e baixa discriminação. Utilizando uma escala específica, os pesquisadores mediram o impacto do preconceito diário e coletaram amostras de fezes para investigar a composição do microbioma e a expressão gênica.

    O grupo da alta discriminação não só apresentou maior diversidade microbiana como também alterações importantes em espécies específicas de bactérias.

    O papel do microbioma e as mudanças observadas

    A diversidade do microbioma é geralmente considerada um sinal de saúde, mas no contexto do estresse crônico, essa maior variedade pode indicar uma resposta do corpo a um ambiente hostil.

    Continua após a publicidade

    Os pesquisadores observaram uma redução significativa na presença de Prevotella, bactéria conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias. Essa diminuição sugere um possível desequilíbrio na resposta imunológica, aumentando a predisposição para inflamações crônicas e condições autoimunes.

    Por outro lado, espécies pertencentes à família Ruminococcaceae, que têm funções anti-inflamatórias, estavam mais presentes no grupo de alta discriminação, sugerindo uma resposta adaptativa do organismo para lidar com o estresse prolongado. Essas mudanças destacam a capacidade do microbioma de se ajustar a fatores externos, mas também indicam um estado de alerta que pode ter consequências a longo prazo.

    Outro aspecto crítico do estudo foi a análise da expressão gênica. Genes envolvidos em vias metabólicas e percepção ambiental mostraram aumento de atividade nos participantes de alta discriminação, enquanto genes relacionados à reparação de DNA e resposta imunológica tiveram expressão reduzida.

    Isso pode significar uma adaptação do corpo a um estado de estresse contínuo, potencialmente comprometendo a capacidade de resposta a danos celulares e inflamações.

    Implicações

    As consequências dessas alterações vão além do intestino. Os participantes do grupo de alta discriminação também relataram níveis mais altos de ansiedade, depressão e sensibilidade visceral — uma forma de desconforto interno associado a distúrbios digestivos.

    Continua após a publicidade

    A conexão entre saúde mental e mudanças fisiológicas reforça a ideia de que o estresse provocado pela discriminação é capaz de desencadear respostas em diversos sistemas do corpo.

    Assim, utilizando um modelo de aprendizado de máquina, os pesquisadores conseguiram prever com 91% de precisão se um participante pertencia ao grupo de alta ou baixa discriminação com base nos dados do microbioma e da expressão gênica.

    Essa descoberta pode abrir caminho a intervenções futuras, como o uso de probióticos e estratégias de gestão de estresse, visando minimizar os impactos negativos do estresse discriminatório.

    Compartilhe essa matéria via:

     

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.