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Dengue: por que as gestantes precisam redobrar o cuidado?

Se não diagnosticada precocemente, doença pode levar ao abortamento e à morte

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h04 - Publicado em 22 fev 2024, 15h55

Em menos de dois meses, o Brasil alcançou 715.665 casos de dengue e contabiliza 135 mortes pela doença, de acordo com o painel de Arboviroses do Ministério da Saúde. Outros 481 casos estão em investigação. Em meio ao surto que o país enfrenta, especialistas chamam a atenção para um grupo de risco que precisa um olhar diferente: as gestantes.

O que acontece se uma grávida pegar dengue? Qual o risco que ela corre, diferente de uma mulher não grávida, na mesma faixa etária? Diante dessas questões e da situação preocupante, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) criou o Grupo de Trabalho (GT) sobre Dengue na Gestação, com o objetivo de abordar a doença em mulheres grávidas e puérperas de maneira mais específica, já que nelas, pode variar de forma assintomática a grave, e resultar em abortamento ou morte, se não diagnosticada precocemente. “A prioridade é garantir a saúde da gestante e do bebê, por isso atuamos para orientar e capacitar os ginecologistas e obstetras do país”, afirmou Maria Celeste Osório Wender, presidente da FEBRASGO.

O que pode acontecer?

Em relação ao potencial de gravidade da doença, há estudos que mostram que a dengue complica com mais frequência em mulheres grávidas. “Temos um risco de agravamento maior”, afirma Renato Kfouri, pediatra, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Segundo o médico, é importante observar o período da gravidez em que a gestante foi infectada. “Se a grávida pegar dengue no começo da gestação, pode levar a um abortamento. Se a infecção ocorrer no meio da gravidez, pode ocasionar o nascimento de um bebê prematuro. E por fim, se a doença for adquirida próxima ao parto, os vírus que estão circulando na mãe podem infectar o bebê, já que a placenta é uma via de transmissão. Assim, se o recém-nascido nascer com dengue, pode ter complicações”, explica.

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O que é importante lembrar, porém, é que a doença não provoca a má formação do bebê. “É a notícia tranquilizadora. Não precisa ter aquela preocupação de quando a gestante pega o zika vírus, que leva à microcefalia, ou a rubéola, que leva à uma síndrome congênita grave, com surdez e cegueira”, pontua Kfouri. “A dengue adquirida na gravidez não leva a problemas de desenvolvimento do bebê.”

Se a mãe ficar doente após o parto, não transmitirá o vírus por meio do leite materno. Mas é recomendado que use repelente para que não vire um foco do mosquito, que pode picar mãe e bebê. “A prevenção continua sendo a melhor forma de evitar a dengue, eliminando os criadouros de mosquitos em casa e usando repelentes, pois não há contraindicação para gestantes” alerta o infectologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Entre os repelentes indicados para a gestante, estão a picaridina, icaridina, N,N-dietil-meta-toluamida (DEET), IR 3535 ou EBAAP. Vale lembrar que a vacina disponível é contraindicada para mulheres grávidas e que estão amamentando.

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Mas e se pegar, o que fazer?

Ainda não existem medicamentos específicos para combater o vírus da dengue, então nos casos de menor gravidade, a orientação é repouso e ingestão abundante de líquidos. Em gestantes com dengue, é essencial a avaliação diária com repetição de exame de sangue até 48 horas após o desaparecimento da febre. Em situações menos complexas, é recomendado também o acompanhamento ambulatorial. Mas se o quadro clínico agravar, a internação da gestante é indicada, inclusive, com tratamento em unidade de terapia intensiva, caso haja sinais de choque, sangramento ou disfunção grave de órgãos.

Segundo o Ministério da Saúde, os casos de dengue podem chegar a 4,2 milhões em 2024 no Brasil.

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