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David Uip: ‘A privacidade da minha clínica foi invadida’

Infectologista pediu que Bolsonaro respeite sua decisão de não divulgar se fez o uso de cloroquina durante o tratamento de Covid-19

Por Da Redação Atualizado em 8 abr 2020, 14h10 - Publicado em 8 abr 2020, 13h19
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  • O coordenador do Centro de Contingência de Coronavírus, o infectologista David Uip, pediu nesta quarta-feira, 8, que o presidente da República, Jair Bolsonaro acate seu desejo de não informar se usou cloroquina ou não em seu tratamento após o diagnóstico positivo para Covid-19. “Presidente, eu respeitei o direito do senhor em não revelar o seu diagnóstico, respeite o meu direito de não revelar o meu tratamento”, afirmou

    Já recuperado da doença, o médico afirmou que nunca revelou tratamento de seus pacientes. “A minha privacidade foi invadida, a privacidade da minha clínica, que é uma clínica que lida com doentes sob sigilo absoluto, foi invadida”, completou o médico, que diz que tomará as medidas legais adequadas por conta do episódio.

    O incômodo de Uip se dá pela insistência de apoiadores do governo de Bolsonaro em descobrir se o especialista fez o uso de cloroquina após seu diagnóstico de coronavírus. O próprio presidente da República alfinetou o médico em publicação nas redes sociais, questionando detalhes sobre seu tratamento clínico. A cloroquina tornou-se o centro de uma discussão política sobre as medidas adequadas para conter o avanço da pandemia no Brasil.

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    Reunião com Mandetta

    Durante sua fala, Uip ainda comentou que ele “sugeriu” ao Ministro da Saúde, Henrique Mandetta, que ampliasse o uso da cloroquina para todos os pacientes internados sob duas condições: “desde que o médico receitasse e o paciente autorizasse”, completou. A conversa teria ocorrido na quinta-feira, 2.

    O médico ainda ressaltou que o remédio precisa ser usado com critério e cuidado por conta de seus efeitos adversos, que podem levar a problemas cardíacos, hepáticos e visuais.

    Atualizações

    Na mesma coletiva de imprensa foi informado que cerca de 732 000 alunos de baixa renda da rede estadual (21% do total de estudantes) receberão pagamento mensal, que levou o nome de “merenda em casa”. As transferências serão iniciadas nesta quarta-feira, 8. Os estudantes que vivem na extrema pobreza, ou recebem Bolsa Família, terão 55 reais mensais. Ao todo, o investimento total no programa será de 40 milhões de reais, com uma parte paga pela iniciativa privada.

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    Os repasses serão mantidos por 60 dias, mas podem ser ampliados conforme o avanço da pandemia no Brasil. O pagamento será feito por meio de aplicativos para telefones celulares.

    A partir de amanhã, o diretor executivo do Procon, Fernando Capez, se tornará secretário extraordinário de Defesa do Consumidor. De acordo com Doria, o novo posto será focado em acompanhar aumentos abusivos de preços de itens necessários para conter a subsistência durante o período da epidemia do novo coronavírus. Serão monitorados comércios de todos os tamanhos. A ideia do novo cargo, dizem os envolvidos, é agilizar os processos que tenham a ver com a fiscalização de má conduta de empresários e lojistas.

    O governador ainda pediu que as pessoas não se encaminhem às praias do Litoral Norte, Sul e da Baixada Santista. “Nenhum acesso está permitido, foi uma determinação do governo de São Paulo e dos prefeitos e prefeitas do litoral”, disse.

    Doria iniciou a coletiva com uma fala sobre “milicias digitais”, e do chamado gabinete do ódio que estaria atacando importantes figuras da saúde brasileira, caso do cardiologista Roberto Kalil Filho e o Ministro da Saúde, Henrique Mandetta.

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