Dados recentes mostraram que a pandemia do novo coronavírus causou uma queda mundial na expectativa de vida. Nos Estados Unidos como um todo, as pessoas vivem, em média, um ano e meio menos. Entretanto, uma nova métrica mostrou que em algumas regiões do país essa redução chegou a nove anos no pico da pandemia.
O estudo, publicado recentemente no período científico PLOS One, indica que no pico da Covid-19 em Nova Jersey, em abril de 2020, a redução na expectativa de vida foi de 9 anos. A cidade, localizada ao lado de Nova York, foi uma das que mais sofreu os efeitos devastadores da primeira onda de coronavírus. Foi lá que os pesquisadores do novo modelo encontraram a maior redução na longevidade da população americana.
Normalmente, a expectativa de vida é calculada por uma métrica conhecida como expectativa de vida ao nascer, que corresponde ao número médio de anos que uma pessoa nascida em certa época viveria se as taxas de mortalidade futuras permanecessem nos níveis atuais. Quando os pesquisadores levam em consideração os impactos de uma determinada causa de morte – um aumento constante de ataques cardíacos ou acidentes de carro, por exemplo – eles veem como esses fatores podem reduzir a métrica. No entanto, essa métrica não permite capturar adequadamente o impacto de choques grandes e temporários, como desastres naturais ou a pandemia de Covid-19.
Em seu estudo, a equipe da Universidade da Califórnia em Los Angeles utilizou outra métrica, chamada “vida útil média não cumprida”. A ferramenta mede a diferença entre a idade média de morte de indivíduos que morreram dentro de um determinado período de tempo e a idade média que essas pessoas deveriam atingir se não houvesse um período temporário choque. Isso permite que os demógrafos realizem análises minuciosas em regiões específicas ao longo de vários períodos de tempo, oferecendo uma maneira nova e mais dinâmica de avaliar como a expectativa de vida foi impactada em diferentes áreas do país e do mundo.
Os resultados mostraram que a redução da expectativa de vida no pico da pandemia chegou a 8,91 anos em Nova Jersey, nos Estados Unido, 6,24 anos na Cidade do México,no México; 6,43 anos na Lombardia, epicentro do coronavírus na Itália e 2,67 anos em Lima, no Peru. O estudo sugere também que durante o mês de abril de 2020, a média de vida não realizada pode ter chegado a 12,7 anos na província de Guayas, no Equador.