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Covid cresce no Sudeste e Centro-Oeste mesmo sem dados pós-carnaval

São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registram aumento de internações; idosos são os mais afetados no Rio de Janeiro e Minas Gerais

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h10 - Publicado em 19 fev 2024, 17h35

Mesmo sem o balanço dos casos de Covid-19 relacionados ao período do carnaval, estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil registram aumento de episódios de internação pela doença, segundo a última edição do Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A retomada do crescimento da infecção, causada pelo novo coronavírus, foi mais expressiva em São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No Rio de Janeiro, a fase ainda é inicial, mas tem atingido principalmente a população idosa – quadro também observado em Minas Gerais –.

A alta de casos de Covid-19 já vinha sendo observada. A cidade de São Paulo, por exemplo, registrou aumento de 140% nos casos da doença em 4 de fevereiro em relação ao índice registrado em 21 de janeiro, segundo a plataforma SP Covid-19 Info Tracker, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Um aumento mais expressivo é esperado por especialistas para as próximas semanas, quando os números do carnaval forem compilados.

“Entre a pessoa desenvolver os primeiros sintomas e surgir um quadro grave o suficiente para necessitar a internação, leva por volta de uma semana ou pouco mais de uma semana. Então, apenas nas próximas semanas poderemos começar a observar possíveis consequências em termos de internações. Por enquanto, ainda é efeito pré-carnaval e início de 2024”, explica Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, em nota.

O levamento foi realizado com informações coletadas entre 4 e 10 de fevereiro e que foram inseridas até o dia 14 no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). Uma mudança foi a situação da região Norte, que estava em alerta por aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 e, agora, registra redução dos episódios.

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Covid ainda faz vítimas

No ano epidemiológico 2024, já foram notificados 7.260 casos de SRAG, dos quais 66,2% eram de Covid-19, 10,7% de vírus sincicial respiratório (VSR), 6,5% de influenza A e 0,4% de influenza B. Em relação às mortes, foram 509 e 89,2% das que foram confirmados por testes laboratoriais tinham relação com o Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19.

Para evitar que a infecção se alastre, Gomes alerta que as pessoas que foram em aglomerações e que estão com sintomas gripais devem buscar assistência médica, fazer o teste e evitar o contato com outras pessoas.

“Mesmo que o teste para Covid-19 eventualmente dê negativo, pois eventualmente há os falsos negativos, é importante fazer o isolamento. O isolamento e o uso de uma boa máscara, para quem está com sintomas, funciona tanto para Covid-19 quanto para a gripe. Prevenção é sempre mais importante e sempre mais fácil.”

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Vacina evita casos graves e mortes

A nova estratégia de vacinação contra a Covid-19, com a incorporação do imunizante no Programa Nacional de Imunizações (PNI), entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano e tem como foco as crianças de 6 meses a menores de cinco anos e grupos prioritários, como idosos e imunossuprimidos. Neste ano, também serão ofertadas doses para a atualização da caderneta de vacinação de pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal e estão com doses em atraso.

A população infantil foi incluída no grupo prioritário porque a Covid entrou para o rol de doenças respiratórias que levam a quadros graves e mortes em crianças com menos de cinco anos. A vacinação é a forma mais eficaz de evitar internações e óbitos pela doença.

A medida prevê doses semestrais para pessoas com 60 anos ou mais, imunocomprometidos, grávidas e puérperas. O calendário será anual para os demais grupos prioritários: profissionais e pessoas que vivem em instituições de longa permanência, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente ou comorbidades, pessoas privadas de liberdade com 18 anos ou mais, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e população em situação de rua.

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