Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Covid-19: Paraná e Rússia assinam acordo sobre vacina

O memorando de entendimento oficializa a intenção de trabalho conjunto entre os países para a realização da última fase de estudo e produção da vacina

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 ago 2020, 18h04 - Publicado em 12 ago 2020, 21h09

O governo do Paraná assinou, nesta quarta-feira, 12, um memorando de entendimento com o governo russo para dar início às tratativas relativas à realização da última etapa de testes clínicos da vacina russa no Brasil e possível transferência de tecnologia para produção do imunizante no país. O acordo não garante nada, por isso, ainda não houve nenhum investimento financeiro por parte do governo do Paraná nem do Brasil, mas dá os primeiros passos rumo à oficialização da parceria.

O documento foi assinado durante reunião que contou com a participação do governador Ratinho Júnior e de representantes do governo do Paraná, do Ministério da Saúde, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e da embaixada da Rússia. Uma força-tarefa será criada para inciar as tratativas técnicas do projeto que está em formatação, incluindo a elaboração de um protocolo de pesquisa e o intercâmbio de informações entre os países. A previsão é de que até segunda-feira, 17, seja publicado um decreto instituindo o grupo.

A pesquisa e demais etapas do acordo ficam a cargo do Instituto de Tecnologia do Paraná (TecPar). Segundo Jorge Callado, diretor-presidente do Tecpar, ainda não houve submissão de pedido de autorização para a realização dos estudos no país porque o acordo ainda está em uma fase “muito inicial”. Antes de desenhar um protocolo de pesquisa, o instituto precisa ter acesso à documentação que comprova a realização dos estudos fase 1 e 2 e de fase 3, que teria início esta semana, de acordo com o governo russo.

LEIA TAMBÉM: Remédios para o colesterol podem ajudar no tratamento da Covid-19

“Não tivemos informações sobre a segurança [da vacina] porque a força-tarefa que está sendo formatada terá a incumbência, juntamente com o grupo de pesquisadores da Rússia, de fazer o intercâmbio dessas informações”, disse Callado durante coletiva de imprensa on-line realizada após a assinatura do acordo.

A expectativa é que em até 40 dias o protocolo seja submetido aos órgãos regulatórios, o que inclui a Anvisa e a Conep, e os testes sejam iniciados. “É importante o Brasil estar inserido nesse contexto. Quanto mais alternativa tivermos de imunização, melhor para o Brasil, para a América Latina e para o mundo como um todo”, disse Callado.

Em relação às dúvidas sobre a segurança da vacina, Callado reforçou que toda a documentação será avaliada pela Tecpar, pela Anvisa e pela Conep. “Se existem incertezas, as análises nos dirão, os órgãos reguladores do país confirmarão. Não podemos nos pautar apenas por comentários ou citações. […] Nós não vamos queimar etapas. As etapas devem ser estabelecidas. Não vamos fazer aceleração de tempo. A variável tempo é importante e deve ser respeitada.”, reforçou o diretor-presidente.

Continua após a publicidade

Caso os resultados sejam promissores, o intuito é firmar um acordo com transferência de tecnologia para que a TecPar possa fabricar o produto a partir do segundo semestre de 2021. A planta de produção da vacina deve custar cerca de 80 milhões, pagos com o apoio de investidores internacionais e do governo federal.

Aprovação da vacina levanta dúvidas

A vacina Sputnik V foi aprovada na Rússia na terça-feira, 11, apenas dois meses após o início dos testes clínicos em humanos, o que, segundo especialistas, é um tempo muito curto para a realização de todas as etapas de estudo exigidas para confirmar a segurança e eficácia da vacina antes de seu uso em larga escala. De fato, o governo russo admite ter realizado apenas as fases 1 e 2 de testes, que teriam apresentado resultados promissores. No entanto, esses resultados nunca foram divulgados nem publicados em revistas científicas. A expectativa é que a fase 3 seja realizada simultaneamente ao início da produção em massa da vacina na Rússia e de sua aplicação em grupos específicos da população. A campanha de vacinação russa contra a Covid-19 está prevista para começar em outubro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não tem acesso aos dados da pesquisa para avaliar a eficácia e segurança da vacina e que a Rússia não precisa do aval da OMS para fazer o registro. Na lista da organização, o imunizante russo ainda está classificado na fase 1 de testes clínicos em humanos. Segundo a entidade, uma vacina só deve ser aprovada depois de passar pelas três etapas de teste.

Continua após a publicidade
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.