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Covid-19: Brasil deverá ter vacina totalmente produzida no país em agosto

Fiocruz e Instituto Butantan trabalharão com matéria-prima importada ao longo da maior parte do ano

Por Mariana Rosário Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 jan 2021, 18h56 - Publicado em 14 jan 2021, 18h46
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  • O Brasil deverá ter doses de vacinas contra a Covid-19 100% produzidas no país a partir de agosto. Essa é a previsão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O Instituto Butantan, por outro lado, deverá finalizar em setembro uma fábrica dedicada à produção CoronaVac e, a partir de então, também poderá produzir unidades totalmente em solo nacional. As instituições figuram como principais fornecedoras do programa nacional de imunização contra a doença a ser iniciado.

    Em ambos os casos, os acordos internacionais que permitiram aplicação das doses no país previam a transferência de tecnologia, isso é: o compartilhamento do segredo de fabricação para que os fármacos sejam completamente fabricados por essas instituições. As primeiras doses a serem distribuídas, porém, devem ser importadas totalmente prontas ou somente envasadas no Brasil.

    As doses iniciais da CoronaVac, por exemplo, foram encomendadas da China em seringas ou no chamado ingrediente farmacêutico ativo (IFA), que requer apenas o envase no Brasil. Serão 46 milhões de doses disponibilizadas ao Ministério da Saúde até abril. Do total, 10,8 milhões já estão armazenadas no Instituto Butantan, em São Paulo.

    O centro de referência em imunizantes prepara uma fábrica com 7.000 metros quadrados para que possa produzir 100% da vacina. O prédio será um dos maiores do complexo localizado na Zona Oeste da capital paulista. As instalações são semelhantes às dependências da Sinovac na China. O projeto do empreendimento, inclusive, foi aprovado por técnicos chineses. A construção foi iniciada em novembro de 2020 e deve levar 10 meses para ficar pronta. Uma vez finalizada, deverá passar por uma análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para receber o chamado “Certificado de Boas Práticas de Fabricação”.

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    A Fiocruz, por outro lado, aguarda para este mês de janeiro a chegada de parte do IFA para que finalize doses da vacina de Oxford e disponibilize ao Ministério da Saúde. Estão previstas 100,4 milhões de doses até o fim de julho. Passada essa primeira etapa, instituição deve começar — a partir de agosto — a entregar a vacina produzida do zero, sem matéria-prima importada. São outras 110 milhões de doses previstas até dezembro. A compra do IFA foi realizada para que fosse possível fazer um acordo de negociação com uma vacina que à época do contrato ainda não tinha validação científica  (que agora tem).

    As duas vacinas figuram como aposta do governo brasileiro para que seja iniciada a imunização contra a Covid-19 no país ainda neste mês de janeiro. A aprovação do uso emergencial por parte de Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) poderá ocorrer no domingo, 17, quando funcionários do alto escalão da agência reguladora farão uma reunião para definir o aval aos fármacos.

    Nesta quinta-feira, 14, o Brasil teve médias moveis em 51.803 casos confirmados e 942,4 mortes.

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