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Covid-19: Anvisa libera testes de vacina chinesa em quatro estados e no DF

São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná integrarão análises da fase três do fármaco para imunidade ao novo coronavírus

Por Mariana Rosário Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jul 2020, 16h00 - Publicado em 4 jul 2020, 15h12

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou na noite de sexta-feira, 3, testes brasileiros com a vacina desenvolvida pela empresa Sinovac Biotech Co., Ltd, sediada na China. A autorização foi solicitada pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e as análises devem ocorrer em diversas regiões brasileiras. 

“A vacina (CoronaVac) adsorvida Covid-19 (inativada) será estudada com o objetivo de avaliar a sua segurança e eficácia na imunização ativa contra a doença causada pelo novo coronavírus”, diz um comunicado publicado pela Anvisa. No mesmo texto, a entidade aponta que realizou uma série de reuniões com equipes do Butantan e da Sinovac para alinhar requisitos técnicos para os testes.

O medicamento em questão é feito a partir de cepas inativadas do novo coronavírus. A proposta prevê o teste de 9.000 pessoas no país, nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e no Distrito Federal. O recrutamento dos voluntários é de responsabilidade dos centros regionais que conduzem a pesquisa. 

A Anvisa ainda informou que realizou análises dos dados de etapas anteriores do desenvolvimento da vacina (em humanos saudáveis e animais). Após avaliar esses documentos, a entidade classificou o medicamento como seguro. “Esses estudos demonstraram segurança e imunogenicidade favoráveis com o esquema de duas doses da vacina”, descreve o informativo publicado pela agência. 

A data de início dos testes caberá ao patrocinador dos estudos. Em São Paulo, já foi anunciado que há a previsão para começo dos trabalhos na próxima semana.

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A parceria foi anunciada inicialmente em 11 de junho, pelo governador João Doria (PSDB). Até então, o desenvolvimento previa apenas a união de forças entre o Instituto Butantan e a Sinovac. Nesta semana, foi divulgado o aumento da força-tarefa para os outros estados citados pela Anvisa. Segundo o comunicado de Doria em 1º de julho, devem participar da análise doze centros de saúde brasileiros como os Hospitais das Clínicas de São Paulo e Ribeirão Preto, o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, a Universidade de Brasília, no Distrito Federal, entre outros.

Outro teste para o desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus no Brasil foi autorizado pela Anvisa em 2 de junho. Trata-se de um fármaco desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. De acordo com o Ministério da Saúde, os testes ocorrerão no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia. Em entrevista a VEJA no mês de junho, o presidente da AstaZeneca no Brasil, Fraser Hall, afirmou que o objetivo da organização é entregar a vacina ao país ainda neste ano.

Corrida para o desenvolvimento

Em todo o mundo, existem pelo menos 135 grupos trabalhando no desenvolvimento de vacinas para a Covid-19. Espera-se que alguma delas seja entregue no mercado até o fim de 2020. Neste prisma, é visto com otimismo anúncios de sucesso com testes em humanos, como fez a Pfizer nesta semana, ao atestar a produção de anticorpos neutralizantes no grupo de voluntários que entraram em contato com seu medicamento. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mais avançado dos medicamentos é o produzido pela Universidade de Oxford — e testado no Brasil.

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