Coronavírus: retorno das escolas de SP será gradual e a partir de julho
Educação Infantil será a primeira a retomar o calendário
O Governo do Estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (24) parte das medidas a serem tomadas para o retorno das escolas paralisadas por conta da pandemia do novo coronavírus. Seguindo a mesma cartilha do retorno da economia, que será regionalizado e gradual, a educação também terá uma retomada escalonada, para evitar a aglomeração de estudantes.
A Educação Infantil deve ser o primeiro nível a cumprir o calendário letivo presencial nas escolas, previsto para ser iniciado em julho — mas que para esse público, exclusivamente, poderá ser antecipado. O retorno às aulas será gradual, para dar “previsibilidade” e “segurança” aos pais. Ensino fundamental, médio e superior devem retornar esquema de rodízio para não lotar as salas de aula. Mais definições devem sair de análises do comitê de saúde.
O calendário de aulas remotas por meio de vídeos online recomeçam no dia 27 de abril. Haverá programação fixa por meio de canais de televisão e aplicativos desenvolvidos especificamente para essas classes.
As decisões detalhadas serão divulgadas em 8 de maio, junto com o plano de abertura da economia. A inspiração para a retomada serão os países que já restabeleceram o calendário de classes. O retorno, disse o secretário da Educação, Rossieli Soares, ocorrerá com o uso de medidas de higiene e distanciamento social.
Isolamento
De acordo com dados do monitoramento feito por meio de telefones celulares aponta que o isolamento na Região Metropolitana foi de 48%. O índice é um “sinal amarelo”, disse João Doria. Caso essa taxa se mantenha, o governador afirmou que não será possível realizar a flexibilização da quarentena na Grande São Paulo. Já o interior, mantem índice superior de 50%, o mínimo estipulado pelo comitê de médicos montado pelo governo do Estado de São Paulo.
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Clique e AssineO governador ainda dedicou minutos a elogiar a performance de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, após o anúncio de que deixaria o governo de Jair Bolsonaro na manhã desta sexta.
Saúde
São 16.740 casos confirmados de Covid-19 em todo o estado, um crescimento de 5% em relação ao dia anterior. Os óbitos chegam a 1.355, um acréscimo de 19% nas últimas 24 horas. São 1.148 pessoas internadas em UTIs paulistas e mais 1.355 em enfermarias. A taxa de ocupação para o estado está em 57% e enfermaria por 48%. Na capital, o índice é de 77% na UTI e na enfermaria de 67%.
De acordo com análises do comitê de saúde, o número de casos começa a crescer no interior, que estaria duas ou três semanas “atrás” no avanço da epidemia. Já o litoral, está começando a sofrer um aumento do número de diagnósticos, com impacto no sistema de saúde local. O infectologista David Uip, coordenador do grupo, afirmou que modelos matemáticos, epidemiológicos e análises de geolocalização devem ajudar o time a traçar uma tendência de avanço do vírus. Ele defendeu a continuidade do isolamento social.
O secretário de Saúde estadual, José Henrique Germann, afirmou que o Hospital das Clínicas (HC) e o Instituto de Infectologia Emílio Ribas estão entre os mais afetados pela pandemia em São Paulo. Ambos devem aumentar gradativamente o número de leitos, garante a pasta. O Emílio Ribas deve receber vinte novos leitos em duas semanas e o HC tem a capacidade ocupar 900 leitos para atendimento de pacientes com Covid-19. Há, no entanto, o desafio de adquirir equipamentos e insumos para equipar estas centenas de leitos.