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Coronavírus: farmácias do Rio de Janeiro vendem testes ilegalmente

Segundo Vigilância Sanitária e Conselho Regional de Farmácia, comercialização é restrita a unidades de saúde; estabelecimentos oferecem exame a 250 reais

Por Jana Sampaio Atualizado em 13 abr 2020, 12h56 - Publicado em 13 abr 2020, 11h43
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  • Segundo estado com o maior número de vítimas e infectados pelo novo coronavírus, o Rio de Janeiro, assim como muitos estados brasileiros, tem enfrentado a falta de testes para a Covid-19. No último fim de semana, farmácias da Zona Sul da cidade começaram a comercializar os chamados exames rápidos, que ficam prontos em poucos minutos, a 250 reais. A medida, no entanto, apesar de celebrada pelos cariocas, é ilegal.

    De acordo com a Vigilância Sanitária do município, a atual legislação não abrange a realização de testes rápidos para Covid-19 por estabelecimentos farmacêuticos. “Importante esclarecer que cabe à Anvisa a regulamentação para a venda desse tipo de produto, até o momento com a comercialização restrita à rede hospitalar”, diz a nota. O órgão informou ainda que o procedimento é irregular e, pela gravidade do fato que envolve uma pandemia, pode disponibilizar uma equipe do plantão 24 horas para fazer a inspeção nesses endereços.

    Presidente do Conselho Regional de Farmácia, a doutora Tânia Mouço disse que não é possível afirmar a efetividade desses exames, mas que eles têm uma sensibilidade menor do que os realizados em laboratório. Apesar de ser do mesmo tipo usado nas unidades de saúde, o teste rápido de farmácia, caso não seja usado da maneira correta, pode indicar falsos negativos e fazer a população acreditar erroneamente que está imunizada. “Esse é um tipo de teste indicado para ser feito a partir do quinto dia em que o paciente está com os sintomas da Covid-19. Caso não seja colhida a quantidade de sangue necessária, por exemplo, o resultado poderá ser enganoso”, explicou.

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    Segundo Tânia, é preciso que o farmacêutico tenha um protocolo de atendimento, que inclui equipamento de proteção individual completo (máscara e luvas) e encaminhe o paciente para uma unidade de saúde se o resultado for positivo. “Sei que há farmácias vendendo e profissionais trabalhando desprotegidos, mas ainda não recebi uma denúncia sequer”, afirmou.

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    O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo afirmou que até o momento não recebeu nenhuma denúncia sobre a comercialização desses exames nas farmácias. “Nos preocupa a qualidade dos testes que estão chegando ao Brasil. Muitos carecem ainda de um melhor estudo sobre a especificidade e, principalmente, sobre a sensibilidade. Isto está sendo avaliado por laboratórios de referência e entendemos que precisamos desses resultados para podermos emitir uma opinião sobre a comercialização e realização dos mesmos”, informou a nota.

    Segundo a Anvisa, somente os laboratórios estão autorizados para realizar os testes.

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