Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Controle hi-tech: o extraordinário arsenal da medicina contra o diabetes

Cem anos depois da sintetização da insulina, a vida do paciente está bem melhor e, a contar pelo que sai dos laboratórios, será ainda mais bem preservada

Por Cilene Pereira
Atualizado em 4 jun 2024, 13h11 - Publicado em 14 ago 2021, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Há um século, indivíduos que tinham diabetes ganharam a primeira esperança de viver um pouco mais. Em 1921, os médicos canadenses Charles Best e Frederick Banting sintetizaram a insulina e abriram o caminho para que a doença finalmente tivesse alguma forma de controle. A insulina é um hormônio produzido no pâncreas e tem a função de permitir a passagem da glicose que circula no sangue para dentro das células. É assim que o corpo ganha combustível para funcionar. Se ela não for produzida ou não atuar como deveria, sobra açúcar no sangue e o corpo todo sofre. Isso é o diabetes. Da aplicação das primeiras injeções, em 1922, até hoje, a ciência construiu um arsenal terapêutico extraordinário. Não se chegou à cura, mas a vida do paciente está bem melhor e, a contar pelo que está saindo dos laboratórios, será ainda mais bem preservada.

    arte Diabetes

    Sem controle, o diabetes age como erva daninha. Não dá sinais, mas aos poucos danifica vasos sanguíneos, dispara processos inflamatórios, bagunça o metabolismo e, quando a pessoa se dá conta, pode estar a um passo de um infarto ou de um acidente vascular cerebral. Só no Brasil há 12 milhões de indivíduos que precisam ser tratados antes que tudo isso aconteça. Cerca de 90% deles têm diabetes tipo 2, associado à obesidade e ao sedentarismo. Para esse grupo, a forma mais fácil de manter os índices de glicose sob controle é ter uma boa alimentação e fazer exercício físico. Quando isso não é suficiente, uma das indicações mais comuns é o uso de insulina sintetizada, para ajudar o corpo a se livrar do açúcar em excesso. Nesse campo, uma das novidades é a Icodec, insulina de dose semanal produzida pelo laboratório Novo Nordisk. Ela está na fase 3 de ensaio clínico, mas resultados preliminares sugerem que tenha a mesma eficácia das insulinas tomadas diariamente.

    Há tempos recomenda-se aos pacientes que façam periodicamente um exame que revela o comportamento da doença durante três meses. A medida é relevante porque aponta um padrão de evolução que pode exigir mais do que intervenções pontuais. Esse teste se chama hemoglobina glicada. É feito como outros exames laboratoriais cujos resultados saem após alguns dias. Porém, uma opção mais moderna chamada A1CNow+ chegou ao Brasil prometendo entregar o resultado cinco minutos depois da coleta da amostra de sangue. Como a insulina semanal, o objetivo é garantir conforto e rapidez na entrega de informações.

    BISTURI - Cirurgia metabólica: se bem indicada, tem bons resultados -
    BISTURI - Cirurgia metabólica: se bem indicada, tem bons resultados – (iStock/Getty Images)
    Continua após a publicidade

    A ideia de usar um pâncreas artificial para tratar o diabetes tipo 2 também começa a ser discutida. Hoje, estão em estudo modelos que serviriam para o tipo 1 da doença, causado pelo ataque do sistema de defesa do corpo contra as células produtoras de insulina. Porém, um time da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, iniciou testes em pacientes com o tipo 2 com a expectativa de que a invenção funcione também para eles. O pâncreas artificial é, na verdade, um sistema instalado do lado de fora do corpo composto de um sensor que capta o nível de glicose no sangue, de um chip capaz de calcular a dose de insulina necessária e de uma bomba que injeta o hormônio sintético na circulação sanguínea. Nos Estados Unidos, criação um tanto mais sofisticada está em criação na Universidade Rice: um implante que libera insulina quando preciso. “Queremos reproduzir o que acontece no corpo”, diz Omid Veiseh, líder do trabalho. Esses recursos vêm para evitar que o paciente chegue à cirurgia metabólica, opção invasiva recomendada apenas aos que tentaram outros tratamentos. Se bem indicada, ela tem bons resultados. No entanto, o melhor a fazer é se cuidar e deixar o bisturi como última alternativa.

    Publicado em VEJA de 18 de agosto de 2021, edição nº 2751

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.