Cobertura para doenças graves ganha adesão e cresce em seguros de vida
Mercado conta com carteiras que cobrem até 32 condições, como câncer, infarto e lúpus; usuários buscam segurança diante de situações inesperadas
Ao contratar um seguro, a pessoa interessada tem o foco de não deixar a família em apuros diante do inesperado, como um acidente que a impede de desempenhar suas funções ou um desfecho trágico, como a morte. Dentro dos produtos oferecidos, a modalidade das “coberturas em vida” tem se destacado com especial foco no aparecimento de eventuais doenças graves, que incluem condições que cada vez mais afetam as populações das grandes cidades, como câncer, AVC, infarto, Alzheimer e transplantes. As “carteiras” se ampliam ano a ano e já dão suporte a mais de 30 enfermidades.
As propostas se expandem em um cenário em que aumentam em todo o mundo episódios de câncer e doenças cardiovasculares, assim como outros quadros ligados à epidemia de obesidade e ao envelhecimento da população. Entre os usuários da modalidade, estão pessoas com histórico familiar de algumas doenças e beneficiários de planos de saúde que querem ampliar a proteção caso recebam algum diagnóstico grave.
“A tendência é de que o seguro de vida seja cada vez mais flexível e personalizável, com ampla oferta digital, além de coberturas e assistências alinhadas ao bem-estar dos segurados. Isso com foco crescente em prevenção, proteção de renda e saúde”, explica Jaime Neto, vice-presidente assistente de produtos da MetLife Brasil, empresa que acabou de ampliar seu portfólio para uma cobertura que chega a 32 doenças. O produto recém-lançado, batizado como “Doenças Graves Mais Proteção”, inclui quadros mais raros, como lúpus, e até infecções virais, como pelo HIV, causador da aids.
Após a pandemia de covid-19, os pacotes passaram a contar com novas possibilidades de cobertura, como diárias de internação hospitalar e por invalidez temporária para possibilitar suporte financeiro em momentos que podem impactar de forma significativa a renda familiar.
“(São) eventos que podem impactar de forma relevante a renda das famílias. O seguro pode ser parte de um planejamento financeiro preventivo ou ser contratado em momentos de vulnerabilidade”, explica Neto. “No Brasil, a falta de educação financeira ainda impede muitas famílias de reconhecerem o seguro como um componente vital de um planejamento eficaz, essencial para evitar inadimplência”, completa.
Mercado em crescimento
Este é o setor que tem crescido, de acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). O investimento dos contratantes por cobertura em doenças graves chegou a R$ 3,97 bilhões no ano passado, um aumento de 7,1% em relação a 2022. No caso da MetLife, metade das contratações de apólices de vida individuais já contam com esse tipo de cobertura.
A principais seguradoras do país oferecem diferentes pacotes e a principal característica é a possibilidade de personalizar, inclusive de acordo com doenças pré-existentes. Para famílias, algumas empresas oferecem opções que dão cobertura também para os filhos. “As seguradoras que souberem se adaptar a essas tendências estarão mais bem posicionadas para atender às novas demandas do mercado”, finaliza Neto.