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Cigarro eletrônico: chegam ao Brasil casos da doença causada pelo aparelho

A informação, da Sociedade de Pneumologia, mostra que os pacientes adquiriram os dispositivos nos Estados Unidos

Por Redação
9 dez 2019, 10h32

Na semana passada, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tesiologia (SBPT) anunciou que já foram registrados três casos de lesões pulmonares associadas ao uso de cigarro eletrônico no Brasil nas últimas semanas. A entidade ainda revelou que os pacientes adquiriram os dispositivos nos Estados Unidos, país que tem enfrentado um problema de saúde pública relacionado ao cigarro eletrônico, registrando pelo menos 2.290 casos de doenças pulmonares e 47 mortes até o mês passado. No Brasil, a venda do aparelho é vetada desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

De acordo com a SBPT, os sintomas das lesões pulmonares causadas por cigarro eletrônico (Evali, na sigla em inglês) podem ser confundidos com problemas respiratórios provocados por uma gripe comum. Outros sintomas incluem tosse, dor torácica, falta de ar (dispneia), dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia. Há registro também de febre, calafrios e perda de peso.

Com base nos sintomas, a SBPT orienta que os pneumologistas e clínicos em geral utilizem os critérios diagnósticos e classificatórios divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Os profissionais de saúde também devem ficar atentos a alterações nos exames de imagem, com predomínio das consolidações e/ou vidro fosco em ambos os pulmões, além do aumento dos leucócitos, do PCR e das enzimas hepáticas.

A SBPT ainda reforçou que os casos notificados à sociedade serão informados a Anvisa, que em outubro já havia solicitado às instituições de saúde do país que enviassem alertas sobre qualquer relato de problemas relacionados ao uso de cigarros eletrônicos. O intuito da agência é tentar prevenir uma crise de saúde semelhante a dos Estados Unidos.

Causa do problema

Os profissionais de saúde americanos revelaram recentemente que o acetato de vitamina E é um dos principais culpados pelas doenças e mortes associadas ao uso de cigarro eletrônico. A substância, que é um óleo utilizado para diluir maconha, foi encontrada no local primário de lesão do pulmão algumas vítimas, incluindo as que morreram.

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Tratamento

A SBPT explica que o tratamento para os casos de lesões pulmonares causadas por cigarro eletrônico consiste “na suspensão do uso do dispositivo, medidas de suporte clínico, incluindo oxigênio e, quando necessário, ventilação não invasiva ou invasiva. O uso dos antivirais e/ou antimicrobiano é reservado para os pacientes com suspeita de infecção concomitante”.

A entidade ainda recomenda que “os pacientes dispneicos ou com saturação de oxigênio inferior a 95%, com comorbidades ou outros fatores, a critério do médico assistente, devem ser internados. Os pacientes ambulatoriais devem ser reavaliados dentro de 24 a 48 horas”.

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