Cientistas descobrem quantidade de calorias queimadas na mastigação
Descoberta apontou ainda como se deu evolução de dentes e mandíbulas de nossos ancestrais

Pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, conseguiram calcular o percentual de calorias queimadas no ato de mastigar e acrescentar pistas sobre como os dentes e mandíbulas de nossos ancestrais evoluíram para dar mais eficiência à mastigação. Segundo os cientistas, aproximadamente 3% do gasto energético diário está relacionado com a trituração de alimentos, cartilagens, talos e até guloseimas, como os chicletes. O achado foi publicado na revista Science Advances.
No estudo, o antropólogo biológico Adam van Casteren e seu grupo observaram 21 participantes, entre homens e mulheres, que utilizaram um capacete em formato de bolha com um dispositivo que media a quantidade de oxigênio consumida e o dióxido de carbono (CO2) exalada. Durante 15 minutos, os voluntários mastigaram um chiclete sem sabor, cheiro ou calorias – isso para não ativar o sistema digestivo e interferir nos índices de consumo de energia.
Com o chiclete ainda estava mole, o metabolismo dos participantes, em média, aumentou 10%. Mais rígida, a goma de mascar exigia 15% mais energia do que o repouso. “Não é enorme, mas ainda é significativo”, afirmou, em comunicado, a coautora do estudo Amanda Henry, arqueóloga da Universidade de Leiden, na Holanda.
Embora essa queima seja infinitamente menor do que atividades físicas, os pesquisadores destacam que o advento da culinária e do uso de ferramentas fizeram com que os seres humanos passassem menos tempo mastigando.
“Se você estivesse comendo alimentos mais duros e mastigando por mais tempo, acabaria com uma proporção muito maior do gasto total de energia”, explicou Amanda. Com essa economia de energia, ela passou a ser empreendida em outras funções, como no crescimento.