Cientistas constatam que jejum intermitente não traz benefícios
Estudo durou um ano e apontou que pessoas que adotaram dieta não emagreceram mais do quem não limitou horários de alimentação
A proposta de limitar os horários para alimentação e passar períodos sem comer, o jejum intermitente, logo se popularizou como uma forma de perder peso. Pesquisas com camundongos e com pacientes obesos, de curta duração e sem grupos de controle, chegaram a indicar que era um caminho para emagrecer, mas um novo estudo analisou a dieta por um ano e foi categórico: o método não traz nenhum benefício.
Os pesquisadores da Southern Medical University em Guangzhou, na China, analisaram 139 pessoas com obesidade durante o período. Elas tinham de fotografar o que comiam e manter diários alimentares. No estudo, as mulheres consumiam entre 1.200 a 1.500 calorias por dia e os homens, de 1.500 a 1.800 calorias. Um grupo seguia uma dieta de baixa caloria entre 8h e 16h e o outro tinha acesso ao mesmo número de calorias, porém, sem restrições de horários.
“Não há benefício em comer em uma janela estreita”, afirmou Ethan Weiss, pesquisador de dietas da Universidade da Califórnia, em São Francisco. O estudo foi publicado nesta quarta-feira, 20, no New England Journal of Medicine.
Os cientistas afirmaram que não foram encontradas diferenças em fatores de risco, como níveis de glicose no sangue, sensibilidade à insulina, lipídios no sangue ou pressão arterial. Diferenças significativas nas medidas de circunferência da cintura, gordura corporal e massa corporal magra também não foram constatadas entre os grupos.