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Casamento: as mulheres perdem mais o interesse por sexo

Uma pesquisa britânica sobre sexualidade mostrou que o desejo sexual das mulheres é mais afetado por relacionamentos longos

Por Da Redação
Atualizado em 14 set 2017, 15h44 - Publicado em 14 set 2017, 15h28

Provavelmente não é novidade para ninguém que a falta – ou diminuição – do interesse no sexo é um problema comum entre casais, principalmente para aqueles que estão em relacionamentos longos. Um estudo publicado recentemente no periódico científico BMJ Open mostrou que, nesses casos, as mulheres têm mais que o dobro de probabilidade que os homens de perder o interesse sexual.

Angústia

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade de Southampton e da Universidade College London, ambas na Grã-Bretanha, entrevistaram 11.508 pessoas com idade entre 16 e 74 anos, na Pesquisa Nacional de Atitudes e Estilos de Vida Sexuais na Grã-Bretanha. Os resultados mostraram que, no geral, 34% das mulheres e 15% dos homens disseram ter tido falta de interesse sexual por um período de três meses no ano anterior. Metade dessas pessoas relevou estarem angustiadas com essa situação.

De acordo com a terapeuta sexual Ammanda Major, perder o interesse no sexo não é necessariamente anormal e há vários motivos diferentes para as mudanças nas necessidades de homens e mulheres. “Para alguns, é uma situação natural e normal, mas, para outros, pode ser causa de dor e sofrimento”, disse à revista americana Time.

Fatores físicos e emocionais

Para os homens, a falta de interesse era maior entre as idades de 35 a 44 anos, enquanto para as mulheres o ápice era entre os 55 e os 64 anos. Entre os fatores elencados pelos participantes para a redução do interesse por sexo estavam: problemas de saúde mental, ter experimentado sexo não consensual em algum momento da vida, ter sido diagnosticado com alguma doença sexualmente transmissível (DST) nesse período e falta de conexão emocional com o parceiro.

Esses resultados sugerem que a baixa libido pode ser associada com a falta de proximidade ou abertura emocional com um parceiro. “A comunicação aberta sobre sexo com o parceiro está associada a uma menor probabilidade de ter um baixo interesse sexual. Então, se alguém estiver com um baixo interesse sexual, isso pode ser um bom lugar para começar”, disse Cynthia Graham, professora de saúde sexual e reprodutiva da Universidade de Southampton, ao site especializado Health.

O estudo revelou ainda que mulheres que viviam com um parceiro eram duas vezes mais propensas a não ter interesse em sexo em comparação com homens na mesma situação. Em ambos os casos, aqueles que viviam com o parceiro há mais de um ano tinham maior probabilidade de relatar falta de desejo do que os participantes que estavam em relacionamentos mais recentes.

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Para elas, ter filhos pequenos em casa era especialmente desestimulante. “Não compartilhar o mesmo nível de interesse sexual que o parceiro” e “não ter as mesmas preferências sexuais” também eram fatores para elas perderem o desejo sexual.

Nos homens, a masturbação foi apresentada como um fator de redução da vontade de fazer sexo – o que não aconteceu com as mulheres. Segundo os autores, isso pode refletir uma tendência entre as mulheres de considerar a masturbação como parte de um “repertório mais amplo de realização sexual”, em vez de substituir parceiro no sexo.

Por outro lado, aqueles que achavam “sempre fácil” falar sobre sexo com seu parceiro tinham menos probabilidade de perder interesse. Surpreendentemente, falar sobre sexo é mais fácil para as mulheres do que para os homens.

Abordagem holística

Para os autores, essas descobertas revelam que a falta ou pouco interesse sexual deve ser abordado de forma diferente para homens e mulheres. “Nossas descobertas nos mostram a importância do contexto relacional na compreensão do baixo interesse sexual em homens e mulheres. Para as mulheres, em particular, a qualidade e o tempo de relacionamento e da comunicação com seus parceiros são importantes na sua experiência de interesse sexual”, afirmou Cynthia.

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Eles sugerem ainda que o tratamento do problema deve considerar a pessoa como um todo em vez de simplesmente usar medicamentos. “Isso realça a necessidade de lidar e – se necessário – tratar problemas de desejo sexual de uma maneira holística e específica em termos de relacionamento e gênero. É importante olhar além dos antidepressivos”, ressaltou a autora.

Dicas para reacender o desejo sexual

Confira abaixo cinco dicas elencadas pela BBC para aumentar o interesse em sexo:

  • Converse com seu parceiro ou parceira sobre o assunto em vez de simplesmente ignorá-lo;
  • Explore outras formas de intimidade em vez de buscar diretamente a sexual. Por exemplo, dar as mãos, falar com doçura um com o outro, trocar carícias e fazer cafuné;
  • Faça seu parceiro se sentir respeitado e importante e faça-o se sentir assim;
  • Procure ajuda com um especialista como um terapeuta sexual, uma terapia de casal ou seu médico;
  • Relaxe – desde que seja de comum acordo, muitos relacionamentos funcionam muito bem sem sexo.

 

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