Brasil tem recorde de doadores de órgãos no primeiro semestre de 2023
Ministério da Saúde aponta 1,9 mil doadores e 4,3 mil transplantes entre janeiro e junho. Faustão foi submetido a um transplante cardíaco no último domingo
Dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quinta-feira, 31, mostram um recorde de doadores de órgãos no primeiro semestre do ano. Em meio às notícias sobre o transplante de coração ao qual o apresentador Fausto Silva foi submetido no último domingo, 27, a pasta apresentou números bastante animadores referentes aos doadores e transplantes realizados no Brasil no primeiro semestre.
Segundo o ministério, de janeiro a junho de 2023 o país bateu um recorde, registrando mais de 1,9 mil doadores efetivos de órgãos, o que possibilitou a realização de mais de 4,3 mil transplantes. Um índice que representa aumento de 16% no número absoluto de transplantes de órgãos, quando comparado com o mesmo período de 2022.
O Brasil também teve mais de 6,7 mil potenciais doadores nos primeiros seis meses deste ano, de acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país, com o objetivo de desenvolver o processo de doação, captação e distribuição de órgãos, tecidos e células-tronco hematopoéticas para fins terapêuticos.
“Esses dados revelam a grande capacidade de recuperação do SNT após o impacto sofrido pela pandemia de Covid-19, apresentando um excelente resultado no primeiro semestre de 2023 no que se refere a doações e transplantes de órgãos sólidos e córneas, tanto em números absolutos quanto na taxa por milhão de população”, disse Daniela Salomão, coordenadora-geral do SNT, durante um evento online com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, onde foi apresentado o Registro Brasileiro de Transplantes relativo ao segundo trimestre deste ano.
Ainda de acordo com o SNT, houve um aumento de 30% no número de transplantes de pâncreas, 20% nos transplantes renais, 16% nos transplantes de coração e 9% nos transplantes de fígado. Com relação aos transplantes de córneas, no primeiro semestre de 2023 foram realizados 7.810 procedimentos, 15% a mais do que o mesmo período do ano passado. Para os transplantes de células-tronco hematopoéticas (medula óssea), houve a realização de 1.838 procedimentos, ou seja, 6% de aumento.
Em números absolutos, foram realizados 2,9 mil transplantes de rim, 1,1 mil de fígado, 206 de coração, 47 de pâncreas e rim, 37 de pulmão, 13 de pâncreas e 1 multivisceral, de janeiro a junho deste ano: “Nós agradecemos a todos os profissionais de saúde envolvidos no processo de doação e transplante pelo excelente resultado. Também é importante destacar o papel das famílias doadoras por acreditarem e apoiarem o Sistema Nacional de Transplantes na missão de ajudar a salvar a vida dos brasileiros e brasileiras que aguardam por um transplante. Ressaltamos, ainda, a importância da doação consciente e altruísta”, acrescentou Daniela.
Aumento em São Paulo
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo também registrou, por meio da sua Central de Transplantes, um aumento de mais de 10% no número de doadores de órgãos no estado, no período de janeiro a 30 de agosto.
Segundo a pasta, foram 696 doadores, em comparação com 631, em 2022. Na semana entre 20 e 26 de agosto, houve 28 novos doadores na semana, um aumento de 86% em relação aos 15 doadores registrados na mesma semana de 2022.
Ainda aproveitando a repercussão do transplante cardíaco de Faustão, realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o Ministério da Saúde reforçou que a lista para transplantes é única e vale tanto para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto para os da rede privada.