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Brasil irá testar combinação das vacinas de Oxford e da Clover

Espera-se que cerca de 600 voluntários, de três regiões do país, participem da pesquisa

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 Maio 2021, 18h19

O Brasil será sede de um estudo inédito que busca avaliar a eficácia da combinação das vacinas de Oxford-AstraZeneca e da Clover na prevenção da Covid-19. A expectativa é que cerca de 600 pessoas participem das fases 1 e 2 do teste clínico, liderado pela pesquisadora Sue Ann Clemens, que também está à frente dos estudos fase 3 das vacinas de Oxford e da Clover no Brasil.

O protocolo do estudo ainda está em produção e os centros que irão realiza-lo inda estão em definição, mas a ideia, segundo Sue, é fazer no Nordeste, no Sul e no Sudeste, na cidade do Rio de Janeiro. “Queremos utilizar centros que já tenham estrutura para trabalhar com vacina de vetor viral e que recrutem rápido”, diz Sue. Já a parte laboratorial e de gestão de dados será feita fora do Brasil, já que o projeto é uma iniciativa da Universidade de Oxford em parceria com a Clover, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, com o apoio da  Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (Cepi, na sigla em inglês) e do governo chinês. O estudo está previsto para começar em julho.

Como vai funcionar o estudo

Na fase 1, os voluntários irão receber uma dose da vacina de Oxford e após um mês, uma dose da vacina da Clover. Nessa etapa, três concentrações diferentes do imunizante da Clover serão testadas. A que tiver melhor desempenho na ativação do sistema imunológico contra o novo coronavírus, irá avançar para a próxima fase.

Ao contrário dos estudos anteriores, que dividiam os voluntários entre aqueles que recebiam a vacina e os que recebiam o placebo, este estudo não terá grupo placebo. Sue explica que o grupo controle será formado por pessoas com perfil semelhante, que completaram o esquema normal de vacinação com duas doses da vacina de Oxford. “Vamos comparar se a pessoa vacinada com uma dose da vacina de Oxford e uma dose de reforço da Clover tem uma resposta imune melhor, pior ou igual a de quem recebeu duas doses da vacina de Oxford”, explica a pesquisadora.

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Um estudo pré-clínico (feito em animais) pela Clover, na China, mostrou que a combinação das vacinas aumentou consideravelmente a resposta imune. “Os dados dos estudos pré-clínicos quando você mistura as plataformas foram tão mais elevados do que os dados de quando foram utilizadas duas doses da mesma plataforma que deixou todo mundo muito animado. Agora precisamos confirmar esse resultado na fase clínica”, diz Sue.

Otimização da produção e aumento do acesso

A escassez de vacinas é um problema mundial. Atualmente, mesmo com diversos imunizantes já aprovados, não há vacina suficiente para imunizar o mundo todo, em especial porque a maioria dos imunizantes disponíveis exigem duas doses. Dessa forma, a ideia de intercambiar doses, além de potencialmente aumentar a proteção, pode facilitar a logística de grandes programas de vacinação. “Isso dar certo seria o melhor dos mundos, na situação que a gente vive porque você consegue atingir um número maior de pessoas, com menos doses. Além disso, você potencializa uma vacina que já tem uma eficácia muito boa”, afirma a pesquisadora.

O nome dessa estratégia, de aplicar imunizantes diferentes e, principalmente, feitos com plataformas diferentes é reforço heterólogo. A prerrogativa é que ao se misturar plataformas que ativam o sistema imunológico de forma diferente, contra um mesmo inimigo, a proteção aumenta. Neste caso, a primeira dose é da vacina de Oxford-AstraZeneca, que é uma vacina de vetor viral, com reforço de uma vacina de proteína com adjuvante, como a da Clover.

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“O importante é a plataforma e não a vacina em si”, explica Sue. Ou seja, se o estudo tiver um resultado positivo, qualquer vacina de vetor viral poderá ser reforçada por qualquer vacina de proteína para conferir melhor proteção contra o novo coronavírus. Vale lembrar que essa não é a única opção sendo avaliada. Em dezembro, a Universidade de Oxford anunciou cooperação semelhante com a vacina do Instuto Gamaleya, a russa Sputnik V. Neste caso, ambas utilizam a plataforma de vetor viral, mas com vetores diferentes. No Reino Unido, está em andamento um teste que avalia a eficácia da combinação da vacina de Oxford (vetor viral) com a da Pfizer (RNA mensageiro).

Confira o avanço da vacinação no Brasil:

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