Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Botox nas axilas: o truque dos globais para evitar o suor

Substância exaltada pela propriedade de tirar rugas sem bisturi vem sendo usada cada vez mais com a finalidade de acabar com manchas embaixo do braço

Por Fernanda Thedim
Atualizado em 30 ago 2019, 09h04 - Publicado em 30 ago 2019, 07h40

Tratamentos para melhorar a estética pressupõem uma intervenção em pontos da geografia corporal que chamam atenção: rosto, colo, busto, nádegas. Um implante de silicone aqui, sessões de laser ali, agulhadas acolá, tudo é feito para aprimorar o que vai ser visto (ainda que com roupa por cima) e apreciado. E onde as axilas, recantos tão escondidos do corpo, entram nessa equação? Soa esquisito, mas, sim, elas estão cada vez mais no foco das clínicas de estética desde que se disseminou o uso da toxina botulínica, o Botox, para reduzir drasticamente o suor e acabar com o problema do odor e das manchas embaixo do braço. Os profissionais da área calculam que o uso da técnica vem crescendo 30% ao ano, impulsionado por artistas que precisam suportar longas horas de gravação sob luz forte e por não famosos que só querem mesmo se livrar da chateação. “É a maneira mais simples de diminuir e até zerar a transpiração”, explica a dermatologista de celebridades Denise Barcelos.

SEQUINHO – Malvino: depois do Botox nas axilas, “sensação de estar mais limpo” (Estevam Avellar/TV Globo)
(./.)

Na novela das 9, pelo menos três atores — Juliana Paes, Malvino Salvador e Agatha Moreira — se submeteram à técnica. “Sem suar, você fica com a sensação de estar mais limpo”, elogia Malvino, botocado há quatro meses. A rigor, a aplicação de Botox é indicada para quem sofre de hiperidrose, ou suor excessivo, uma condição sem causa bem definida que parece estar ligada a fatores genéticos e emocionais, além de obesidade e menopausa. Uma vez aplicada, a toxina botulínica inibe a ação da acetilcolina, um neurotransmissor que regula as glândulas produtoras do suor. O paciente se deita na maca, recebe um creme anestésico nas axilas e vinte minutos depois — e vinte a trinta picadas de cada lado — vai para casa (veja o quadro). A transpiração começa a diminuir em 48 horas e o efeito dura de seis a nove meses, prazo que pode aumentar com o passar do tempo. “A redução da ansiedade durante o procedimento ajuda. Chega um momento em que é preciso aplicar apenas uma vez ao ano”, diz Denise. O tratamento custa, em média, 2 000 reais por axila.

Quando não havia Botox, só quem tinha hiperidrose grave pensava em apelar para o único tratamento disponível: a cirurgia de retirada de glândulas. A toxina ganhou, com isso, ares de substância libertadora. “Eu não conseguia usar blusas com mangas devido às marcas de suor”, diz, com entusiasmo de fã, a professora de ioga Joyce Berndt. Temida durante séculos por ser o agente causador do botulismo, doença paralisante muitas vezes fatal, a toxina botulínica foi reabilitada a partir da virada do século, quando se dominou a técnica de usá-la para fins nobres — sendo o mais conhecido e admirado deles acabar com as rugas da testa e os pés de galinha. “A hiperidrose acomete quase 3% da população”, afirma Sérgio Palma, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Continua após a publicidade
VALE QUANTO DÓI – Juliana: para artistas que gravam sob luz forte, não transpirar é uma vantagem (Sergio Zalis/VEJA)

Além das axilas, a palma das mãos, a sola dos pés, o couro cabeludo e a virilha podem receber aplicações de Botox para reduzir a transpiração. Se o tratamento contempla apenas um ou outro ponto crítico, não há contraindicação. “A sudorese é uma condição fisiológica necessária para regular a temperatura corporal quando ela sobe. Mas o excesso pode e deve ser combatido, por trazer grande desconforto e impactar até a vida profissional das pessoas”, explica a dermatologista Denise. Que ninguém se engane: dói. A atriz Fernanda Souza, que já teve de interromper muitas gravações para secar o suor nas axilas, apelou para o método, mas não nega ter penado com as agulhadas. “Chegou uma hora em que disse: ‘Ah, moça. Deixa suar. Deixa suar que eu sou um ser humano’ ”, contou. Como quase tudo na vida, é uma questão de pesar o custo-­benefício e decidir.

Com reportagem de Jana Sampaio

Publicado em VEJA de 4 de setembro de 2019, edição nº 2650

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.