Bolsonaro se reúne com comitiva que irá a Israel conhecer spray anti-Covid
Segundo presidente, viagem servirá para discutir acordos na área de ciência e tecnologia e intercâmbios de informações sobre vacinas contra o coronavírus
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu neste sábado, 6, com a comitiva brasileira que embarcará para Israel para participar de encontros que, entre outros temas, vão discutir a realização de testes envolvendo um spray nasal que poderia combater o novo coronavírus. Ao longo da semana, Bolsonaro defendeu a utilização do medicamento, ainda em fase inicial de experimentação, e disse que “parece até que é um produto milagroso”. Neste sábado, porém, o presidente não fez menção ao spray nasal e declarou que a viagem teria por objetivo discutir cooperações na área de vacinas contra a Covid-19 e acordos de ciência e tecnologia.
A comitiva, chefiada pelo chanceler Ernesto Araújo, terá integrantes dos ministérios da Saúde e de Ciência e Tecnologia, além do assessor para Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Martins e dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Hélio Lopes (PSL-RJ). Araújo e seu homólogo israelense, Gabi Ashkenazi, vão se reunir neste domingo para discutir uma agenda de cooperação Brasil-Israel, inclusive na área de saúde.
“O objetivo dessa viagem é mais que um intercâmbio. Estamos buscando aqui protocolos, acordos da ciência e tecnologia que será (sic) muito proveitoso para a questão do momento que nós vivemos, do vírus, bem como um legado para o futuro”, afirmou hoje Jair Bolsonaro.
O secretário de Pesquisa e Formação Cientîfica do Ministério de Ciência e Tecnologia, Marcelo Molares, afirma que atualmente há 15 vacinas brasileiras em fase adiantada de estudo e o tema será discutido em Israel. “Se tivermos uma mutação, podemos adaptar a vacina a essa nova mutação”, disse. “Teremos a possibilidade de fazer essas interações com as vacinas sendo desenvolvidas em Israel”. As vacinas desenvolvidas no Brasil estão em fases pré-clínicas e testadas em animais, afirma a Anvisa. Atualmente, o país do Oriente Médio aplica as vacinas da Pfizer e da Moderna e tem sido apontado como um modelo de imunização.
Tratamento precoce
Nesta semana, Bolsonaro anunciou que uma comitiva iria para Israel para discutir a realização de testes do spray nasal desenvolvido em Israel. “Como é para ser usado em quem está hospitalizado, em quem está em UTI, não acho que tenha problema nenhum usar esse spray no nariz do cara. O que é esse spray? Não sei. Mas esse produto estava sendo, há 10 anos, estudado em Israel para combater outro tipo de vírus”, afirmou na ocasião.