Bem-estar das mães cai ao terem três filhas e nenhum filho, diz estudo
A pesquisa também sugere que os pais que têm dois filhos do mesmo sexo são mais propensos a tentar o terceiro do que aqueles com um de cada sexo
Uma verdade (quase sempre) velada entre um casal grávido é de que há um sexo preferido, seja pelo pai, mãe ou os dois. Agora, pelo menos, as matriarcas podem ter um embasamento científico. Um estudo da London School of Economics aponta que ter três filhas e nenhum filho pode levar a um pequeno abalo no bem-estar das mães, que pode levar uma década inteira para passar.
É a conclusão que os psicólogos chegaram depois de estudar a satisfação com a vida de pais que já tiveram dois filhos do mesmo sexo e passaram a ter outro bebê. A queda no bem-estar foi observada apenas entre as mães que tiveram três filhas e nenhum filho, levando os pesquisadores a questionar se elas seriam mais afetadas do que os pais pelo sexo de seus filhos.
Em artigo no Journal of Behavioral and Experimental Economics, os autores dizem que as descobertas de bem-estar subjetivo são “impulsionadas inteiramente” por mães que não têm um menino depois de terem duas meninas. “É possível que, de acordo com a literatura demográfica, as mães sejam mais afetadas pelo parto do que os pais”, dizem eles, acrescentando. “Parece que as mães não querem ter muitos filhos do mesmo sexo que elas. É possível, inclusive, que isso reflita não apenas nessa questão, mas também na composição familiar, com a mãe não querendo muitas mulheres na casa”.
O trabalho baseou-se em pesquisas realizadas por 17.000 pessoas nascidas em 1958 e 17.000 nascidas em 1970 ao longo de suas vidas. Os participantes do estudo foram questionados pelo menos uma vez a cada década sobre seu bem-estar subjetivo e responderam a outras perguntas sobre ter filhos e quão satisfeitos se sentiam com a vida.
O estudo ainda observou que os pais que tiveram dois filhos do mesmo sexo eram mais propensos a ter um terceiro filho e tê-lo mais rápido do que os pais que tiveram um de cada sexo.
De acordo com Paul Dolan, professor de ciência comportamental na London School of Economics e um dos autores, os pais que têm dois filhos do mesmo sexo são mais propensos a tentar um terceiro na esperança de “ganhar” na loteria do nascimento. “Nossos dados sugerem que a decepção é principalmente de mães com duas meninas que não tiveram um menino, em oposição às mães de dois meninos que não tiveram uma menina”.
Já o aumento do bem-estar com duas meninas foi impulsionado principalmente pelos pais. “Talvez isso se deva a uma preferência ultrapassada por meninos”, conclui Dolan.