Somente a quarta dose da vacina pode proteger contra a versão longa da Covid-19, isto é, quando os sintomas persistem no organismo por meses a fio. É o que indica pesquisa do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) em conjunto com o Hospital Israelita Albert Einstein.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Covid longa é quando os sintomas da doença duram por mais de três meses depois da infecção, não podendo ser explicados por um diagnóstico alternativo. Pessoas que tomaram três doses ainda estão protegidas contra o agravamento da doença aguda e morte, mas não contra sua forma prolongada.
Para as análises, os cientistas usaram dados coletados de 18.340 profissionais do hospital a partir de 18 anos, com dados reunidos de 1º de março de 2020 a 15 de julho de 2022. Destes, 7.051 tiveram Covid-19 no período, sendo que 5.118 (72,6%) não relataram nenhum sintoma de covid longa. Dos 1.933 indivíduos que relataram sintomas persistentes (27,4% do total), a maioria (51,8%) apresentou três ou mais.
A quarta dose reduziu em 95% as chances de Covid longa em relação aos não vacinados. Já no grupo de vacinados com uma, duas ou três doses, nenhuma redução significativa de risco foi observada.
Além do status vacinal, outros três fatores influenciam o quadro de Covid longa. Mulheres têm 21% de risco maior na comparação com homens; reinfecção eleva a chance em até 27%; e a variante Gama facilita mais o desenvolvimento da condição ante a Delta e a Ômicron.
Diante desse cenário, os pesquisadores reforçam a importância de manter a vacinação em dia contra a doença. O estudo “Risk factors for long COVID among healthcare workers” ainda precisa ser revisado por pares, mas está disponível na forma de pré-print no site MedRVix.