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Anvisa aprova uso de medicamento que previne contra a Covid-19

Produzida pela AstraZeneca, a medicação é indicada para reforçar a proteção em pacientes imunossuprimidos, como transplantados e pacientes em quimioterapia

Por Cilene Pereira
Atualizado em 24 fev 2022, 12h26 - Publicado em 24 fev 2022, 12h13
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  • A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar por unanimidade a utilização em caráter emergencial no Brasil do Evusheld, medicamento que previne contra a Covid-19. A medicação é indicada para pacientes imunossuprimidos, como transplantados e pacientes que estão sendo submetidos à quimioterapia, que necessitam de reforço na proteção contra a doença. Estima-se que cerca de 2% da população brasileira enquadre-se na categoria.

    Nesses indivíduos, a produção de anticorpos contra o coronavírus gerada pelas vacinas é menor, já que a atividade do sistema de defesa do corpo, responsável pela fabricação das moléculas, está atenuada. O Evusheld é uma combinação de dois anticorpos monoclonais feitos a partir do soro de pacientes convalescentes. Eles são injetados por via intramuscular nos glúteos em duas aplicações e, cerca de seis horas depois, já estão circulando pelo corpo. Dessa forma, asseguram o reforço necessário aos pacientes imunossuprimidos.

    “As vacinas e o Evusheld são recursos que se complementam na proteção contra a Covid-19 nesse grupo de pacientes”, explica Barbara Furtado, líder médica de Vacinas e Portfólio Covid da AstraZeneca Brasil.

    Ao apresentar o medicamento, Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, destacou que ele não substitui a vacinação para o público que está apto para ser imunizado. “Não está autorizado como tratamento de Covid-19 ou profilaxia pós-exposição ao vírus. Também não substitui a vacinação em indivíduos para os quais a imunização é recomendada.”

    O produto já está em uso em diversos países. “Temos quase vinte acordos em vigor para mais de 2,5 milhões de doses, com acordos adicionais pendentes de assinatura e discussões em andamento com mais de trinta países em todo o mundo, incluindo o Brasil”, afirma Jorge Mazzei, diretor de Assuntos Corporativos, Regulatório e Diagnóstico da AstraZeneca Brasil.

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    A diretora relatora a agência, Meiruze Sousa Freitas, enfatizou em seu voto a autorização feita por outros países, como os Estados Unidos, França, Israel, Itália, Egito e Emirados Árabes, e abordou as pesquisas que avaliam a duração da proteção da terapia. “Há estudos que mostram que os anticorpos monoclonais permaneceriam de seis a 12 meses após a injeção e sabemos que os benefícios superam os riscos.”

    A AstraZeneca, que também produz uma das vacinas mais utilizadas no mundo contra a doença, começou a trabalhar nas pesquisas dos anticorpos em 2020, primeiro ano da pandemia. O produto foi desenhado para ter meia-vida estendida, o que propicia maior conforto aos pacientes, e não causar reação exacerbada do organismo ao vírus, exatamente uma das principais complicações da Covid-19.

    Não se sabe ainda se o medicamento estará disponível no Sistema Único de Saúde. A empresa aguardava sua liberação para seguir com as tratativas junto ao governo federal.

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