Anvisa aprova registro de primeira vacina contra bronquiolite para idosos
Imunizante em dose única evita quadros graves por infecção pelo vírus VSR, que pode levar à morte
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da primeira vacina contra contra o vírus sincicial respiratório (RSV), causador da bronquiolite, voltada para idosos nesta segunda-feira, 4. A liberação foi concedida ao imunizante Arexvy, da farmacêutica GSK, que demonstrou eficácia de 94,1% para evitar o risco de episódios graves de doença do trato respiratório inferior relacionada ao vírus. A condição está ligada a quadros de pneumonia e pode levar à morte.
Segundo a agência, a vacina é aplicada em dose única, de forma intramuscular, e é indicada para pessoas de 60 anos ou mais . O pedido da farmacêutica se enquadrou como prioritário em virtude da gravidade dos desfechos após a infecção.
“É uma doença de grande impacto público, principalmente pela faixa etária atingida, que possui grande índice de hospitalizações causadas por infecção pelo VSR”, disse, em nota, a Anvisa. Em maio, a vacina foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos.
Eficácia em testes
Além da alta eficácia para evitar o risco de episódios graves por bronquiolite, o imunizante também demonstrou ser capaz reduzir o risco de desenvolvimento da doença em 82,6% em pessoas com 60 anos ou mais.
Em alta circulação durante as estações mais frias do ano, como outono e inverno, o vírus causador da bronquiolite é altamente contagioso e causa infecções nos pulmões e vias respiratórias. Ele é especialmente perigoso para populações nos extremos da vida, ou seja, crianças pequenas e idosos.
Nos Estados Unidos, dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), apontam que o vírus está relacionado a 60 mil a 120 mil hospitalizações por ano e até 10 mil mortes anuais de adultos com 65 anos de idade ou mais.
Versão materno-fetal foi aprovada nos Estados Unidos
Para bebês, os Estados Unidos aprovaram em agosto a vacina materno-fetal da farmacêutica Pfizer. Liberada na Europa, ela é aplicada em gestantes e é considerada uma ferramenta importante diante da inexistência de um imunizante para crianças.
Em testes, a vacina demonstrou eficácia de 81,8% para proteger os bebês nos primeiros três meses de vida em ensaios de fase 3 com gestantes que receberam a dose. Até os seis meses, a eficácia foi de 69,4%.
O ensaio, duplo-cego e randomizado, foi realizado com 7.400 grávidas de 18 países com idade inferior ou igual a 49 anos que receberam uma dose da vacina ou placebo do final do segundo ao terceiro trimestre de gestação. O estudo teve início em junho de 2020.