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Anti-inflamatório e anticoagulante reduzem risco de morte por Covid-19

Em estudos, o baricitinibe, da Eli Lilly, e o Xarelto, da Bayer, diminuíram as chances de ocorrência de complicações graves da doença

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 set 2021, 19h37 - Publicado em 3 set 2021, 15h18
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  • Um estudo intitulado COV-BARRIER, publicado nesta quarta-feira 1, no jornal científico The Lancet, aponta que o anti-inflamatório baricitinibe usado no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide, reduz em 38% a mortalidade de doentes graves de Covid-19. Com o intuito de controlar a atividade inflamatória causada pelo vírus Sars-CoV-2, o estudo, duplo-cego randomizado, foi realizado com mais de 1500 pacientes, em 101 centros clínicos e em 12 países. Os resultados foram verificados por meio de uma análise parcial de pessoas que receberam a droga em comparação a voluntários que receberam placebo.

    “Desde o início da pandemia de COVID-19 até agora, apenas alguns ensaios clínicos foram realizados com o maior rigor científico (controlado por placebo, duplo-cego e randomização estratificada pela gravidade da doença e localização geográfica) como o ACTT-2 e COV-BARRIER”, disse o infectologista André Kalil, professor do departamento de Medicina Interna da Universidade do Centro Médico de Nebraska e integrante da equipe de pesquisadores que estudam o Remdesvir contra a Covid-19 nos Estados Unidos, em artigo publicado no mesmo periódico. “Os benefícios clínicos e a redução significativa na mortalidade, bem como o perfil de segurança favorável encontrado nos estudos COV-BARRIER e ACTT-2, colocam o baricitinibe entre os poucos tratamentos comprovados de escolha para pacientes hospitalizados com Covid-19.”

    No Brasil, o medicamento fabricado pela multinacional Eli Lilly está sob avaliação da Anvisa e aguarda liberação de uso permanente para casos graves de Covid-19. Outro estudo preliminar realizado em agosto pelo infectologista Adilson Cavalcanti do Hospital Anchieta, de São Bernardo do Campo, em São Paulo, vinculado à Universidade Federal do ABC (UFABC), também demonstrou resultados positivos do baricitinibe na redução de mortalidade em doentes graves da Covid-19, mas alertava que a droga só poderia ser administrada em pacientes que estivessem internados em hospitais, utilizando oxigênio no tratamento. Nos Estados Unidos, o anti-inflamatório já tem aprovação provisória da FDA (Food and Drug Administration) para uso emergencial contra o vírus Sars-CoV-2.

    Menor risco para trombose

    Outro trabalho aponta perspectivas positivas do uso do medicamento Xarelto, produzido pela Bayer, na prevenção de tromboses e morte cardiovascular em pacientes que tiveram Covid-19. Realizada pela Science Valley Research Institute, empresa global de pesquisa e desenvolvimento, a pesquisa mostrou que a rivaroxabana (princípio ativo do Xarelto) reduz em 67% a chance de ocorrência de eventos trombóticos e de óbitos por infarto e acidente vascular cerebral.

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    As conclusões foram apresentadas no dia 29 de agosto durante o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC, do inglês European Society Cardiology). A pesquisa avaliou a resposta ao medicamento de pacientes com alto risco de tromboembolismo durante 35 dias depois da alta. Aqueles que utilizaram a droga apresentaram três vezes menos risco de desenvolver trombose venosa profunda em comparação aos pacientes que não fizeram uso do medicamento.

     

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